Vamos dar uma retomada no tempo, pelos idos dos anos 50,
quando poderíamos falar no inicio da formação do município de Nova Londrina,
com incentivo das companhias de colonização que aqui se apresentavam, com apoio
das políticas de governo daquele período, um assunto mais amplo que merece um
estudo mais aprofundado, e que no momento não é nosso foco principal.
Nosso objetivo nesse
pequeno texto é apresentar uma ótica daqueles que aqui deixaram seu sangue seu
suor, nessa terra, aqueles que sempre foram explorados, e só tinham para venda
no momento a sua força de trabalho, aqueles que nos os livros de história,
jamais serão encontrados ou citados, pois na maioria desses, só interessa,
contar a história dos “vencedores”, exaltar os “pioneiros”, mas os pioneiros para
eles na visão dos chamados “‘grandes homens que formaram essa terra”. Para as
classes dominantes interessa e interessará apenas os homens que viriam a ser os
grandes proprietários de terras, com suas influências políticas, sendo que
vários deles aparecem ainda hoje estampados com seus nomes nas ruas, nas
praças, nas colunas sociais. Esses “heróis” para nós aqui não interessa.
Pois a
nossa questão é a visão dos vencidos, trabalhadores proletários, que ao longo
dos tempos ajudaram a construir, a riqueza apropriada pela classe dominante,
aos que aparecem nas fotos históricas
como meros coadjuvantes, sendo esses para nós os verdadeiros heróis dessa
terra.Heróis esses que jamais tiveram gravados seus nomes nas placas das ruas,
nem mesmo num banco de praça. Aqueles quando o pioneirismo for exaltado nas
comemorações oficiais, aparecerão apenas incluídos de uma forma generalizada,
mas quando essa generalização se cristaliza, ouviremos com grande louvor não o
nome dos nossos heróis sem nome, mas dos heróis de mentira. Nossos muitos homens,
mulheres e tantos outros, que aqui também chegaram a o longo da história, com a
promessa de uma nova vida, com seus sonhos seus desejos, implantados dentro de
uma subjetividade, típica do capitalismo explorador.
Portanto não é nosso objetivo o desmerecimento da
importância do que foi, e que futuramente se constituiria a classe burguesa,
oligárquica, com domínio político e territorial dessa terra, mas, apenas
lembrar os esquecidos na memória histórica, os que tiveram apenas como
lembrança a exploração da sua mão de obra, pois isso era apenas o que tinham
naquele momento para vender. Os muitos homens que aparecerão na história como
meros coadjuvantes, como uma foto sem nome, sem identificação, pois desde
sempre no sistema onde uns exploram e outros são explorados, a história jamais
ira contar sobre a ótica dos vencidos, e sim dos vencedores.
Carlos Adão Oliveira é acadêmico de História na
UNESPAR - FAFIPA
Essa maneira de contar a história, omitindo a participação da classe dominada, é um viés positivista, que prima pela exaltação dos detentores do capital, dos grandes latifundiários. Essa mesma forma de se escrever a história pela ótica dos vencedores. Exemplo maior e mais absurdo, eram os livros didáticos enaltecer os fratricidas da guerra do Paraguai e apresentá-los como heróis, para que por nós fossem exaltados. As ruas e os patrimônios públicos, trazem os nomes dos sanguinarios da ditadura militar, e por aí vai. Em Nova Londrina não é diferente, aqueles que puseram o pé no barro, aqueles que morreram derrubando mato, nunca serão glorificados nem tidos como importantes por esta forma hipócrita de se contar a história. Um ótimo texto, companheiro Carlos, continue nos brindando com a maneira pela a qual você encherga o mundo. Pela ótica questionadora, exatamente como procede aqueles que se ingressam na área de humanas, parabéns.
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