Retrato de Jorge Mario Bergoglio - Papa Francisco I |
Em um encontro em um bairro pobre no subúrbio de Roma, no
último domingo, o papa Francisco afirmou que foi segurança de uma boate de
Buenos Aires na sua juventude, antes de entrar na faculdade para estudar letras
e psicologia.
Durante a missa, ele disse que o trabalho de tentar tirar os
brigões de dentro de uma casa noturna contribuiu para seus trabalhos de
evangelização na Igreja Católica, assim como o período em que lecionou. O
pontífice disse que já tinha trabalhado como faxineiro e técnico de um
laboratório químico em sua adolescência.
A menção ao trabalho foi feita em sua homilia, quando contou
que descobriu sua vocação ao se confessar com um padre que ele nunca havia
reconhecido. Ele brincou que era de conhecimento comum que os melhores
sacerdotes para se confessar são os cegos e os desconhecidos.
O pontífice também fez referência ao desejo de crescer a
evangelização pelo aumento da credibilidade dos padres, como mencionou em sua
primeira exortação pública, divulgada na semana passada.
INVESTIGAÇÃO/ABUSO - O Vaticano se recusou a fornecer
informações a uma comissão da ONU a respeito das investigações internas sobre
abusos sexuais a crianças e adolescentes cometidos pelo clero, alegando que
política da Igreja é de manter esses casos sob sigilo.
Em resposta a duros questionamentos feitos pelo Comitê da
ONU para os Direitos da Criança, a Santa Sé disse anteontem que não divulgará
informações sobre as investigações internas, a não ser que um Estado ou governo
solicite formalmente sua cooperação.
A resposta da Santa Sé, que será diretamente questionada
pela comissão em janeiro, deve motivar muitas críticas, num momento em que a
Igreja tenta deixar para trás os escândalos financeiros e de abusos sexuais que
abalaram a reputação da milenar instituição nos últimos anos.
Em abril, o papa Francisco pediu uma "atuação
decisiva" para eliminar os abusos sexuais dos religiosos e garantir que os
responsáveis sejam punidos. Três meses depois, assinou um decreto que aumenta a
punição a prostituição, violência sexual, pedofilia e posse de pornografia.
Os primeiros casos de sacerdotes que abusaram de crianças e
adolescentes foram denunciados primeiro nos Estados Unidos no início dos anos
2000. Em seguida, envolveram as Igrejas de vários países da Europa, sobretudo
da Irlanda, onde foram registrados milhares de abusos.
A Igreja da América Latina também conheceu uma série de
escândalos. O mais famoso foi o do fundador mexicano do movimento conservador
dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, também culpado de abusos sexuais.
Em maio de 2011, a Congregação para a Doutrina da Fé,
encarregada das denúncias, deu o prazo de um ano às conferências episcopais do
mundo para a adoção de diretrizes contra a pedofilia, incluindo a colaboração
com a Justiça civil.
O promotor designado para os casos de abuso, monsenhor
Charles Scicluna, indicou recentemente que, em setembro, pelo menos 75% das
conferências episcopais enviaram uma resposta ao Vaticano.
Fonte: Da Folhapress
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