Enquanto Europa retoma confinamento, Brasil tem praias lotadas no feriado e "politiza" escolha por vacina.
Parentes de vítima da covid-19 veem profissional da saúde depositar flores sobre as lápides em cemitério de El Salvador - Yuri Cortez / AFP.
Daniel Giovanaz
O primeiro Dia de Finados desde o
início da pandemia coincidiu com mais uma marca negativa: nesta segunda-feira
(2), o mundo chegou a 1,2 milhão de mortes em decorrência do novo coronavírus.
Dados da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, mostram que a América
Latina é a região mais atingida, com cerca de um terço dos óbitos.
Desde o mês de outubro, países
europeus vêm reforçando as medidas de isolamento para conter a chamada “segunda
onda” da covid-19. Portugal, Bélgica e Inglaterra decretaram “lockdown” nos
últimos dias, mantendo até 70% de suas populações em casa. As medidas têm dado
resultado: após 10 dias de confinamento, a Irlanda derrubou à metade o número
de casos diários.
No Brasil, segundo país com mais
mortes, o feriado teve praias lotadas em vários pontos do litoral. As imagens
mais impressionantes vêm de Santa Catarina, onde uma equipe de reportagem foi
agredida ao tentar filmar a movimentação em uma praia da capital Florianópolis
(SC). O número de casos no estado cresceu 80% em um mês.
A espera por uma vacina no Brasil
é contaminada por disputas entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o
governador de São Paulo, João Doria (PSDB). A “briga política” entre os dois,
como definiu o próprio vice Hamilton Mourão em entrevista à revista Veja, diz
respeito a um acordo para aquisição da vacina chinesa Coronavac, apontada como
a mais segura e eficiente contra o novo coronavírus.
Bolsonaro diz que o país não vai
adquirir doses enquanto não houver comprovação da eficácia da vacina. A postura
é conflitante com a que assumiu em relação à hidroxicloroquina, quando decidiu
comprar matéria-prima indiana sem nenhum estudo que respaldasse o uso do medicamento
em pacientes de covid-19.
O presidente afirma ainda que
nenhum cidadão será obrigado a tomar a vacina e que Doria busca autopromoção ao
defender a Coronavac.
Números diários no Brasil
Dados atualizados do Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) mostram que 160.253 pessoas morreram
em decorrência da covid-19 no Brasil. Foram confirmados 179 óbitos em um dia. O
total de contaminados é de 5.554.206 e, somente nas últimas 24 horas, houve registro
de 8.501 novos pacientes.
A média móvel de óbitos dos
últimos sete dias chegou a 408, o menor número desde o dia 4 de maio.
:: “Os números estão diminuindo,
mas não saímos de uma fase de perigo”, alerta médica ::
O que é o novo coronavírus
Trata-se de uma extensa família
de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com
a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos os vários tipos de vírus podem
provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome
respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome
Respiratória Aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente
causa a doença covid-19.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de
todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e
pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas
pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar
visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Rogério Jordão
Nenhum comentário:
Postar um comentário