O ex-presidente Evo Morales (2006-2019) voltará hoje da Argentina, o país que lhe deu asilo após o golpe de Estado, para a Bolívia.
O líder indígena reiterou sua
gratidão ao governo de Alberto Fernández e ao povo argentino por recebê-lo no
contexto da crise na Bolívia, fomentada pela Organização dos Estados Americanos
e grupos extremistas.
'Nestes dias, lembramos que o
líder indígena Tomás Katari teve que voltar a pé de Buenos Aires para Potosí
para ter seus direitos como autoridade original restaurados, e também aos
exilados, como Juan José Torres, que não puderam retornar. Nossa homenagem a
eles', escreveu Morales em sua conta no Twitter.
Ele lembrou que o governo de
facto chamou os membros do Movimento ao Socialismo (MAS) de bestas, selvagens e
violentos, e advertiu que eles jamais retornariam à Bolívia, enquanto matavam,
perseguiam, detinham e ateavam fogo em casas e estações de rádio.
Entretanto, Morales enfatizou que
'voltamos, pacificamente, para recuperar a pátria democrática apenas com a
consciência do povo'.
Em 10 de novembro de 2019, Evo
Morales renunciou ao seu posto sob pressão de altos funcionários militares e
policiais, no contexto do golpe de Estado que foi justificado por uma suposta
fraude nas eleições de 20 de outubro daquele ano, que foi negada por diversas
análises. Dois dias depois, ele chegou ao México, onde lhe foi concedido asilo.
Um mês depois ele viajou para a
Argentina, cujo governo lhe deu refúgio para proteger sua integridade física
diante de ameaças e de onde continuou sua liderança do MAS.
Os líderes golpistas na Bolívia,
após usurparem o poder, cometeram massacres que deixaram mais de trinta pessoas
mortas e centenas feridas, levaram a cabo perseguição política contra membros
do MAS e desencadearam o racismo e a discriminação contra diferentes povos
indígenas.
Neste domingo Luis Arce e David
Choquehunca foram investidos como presidente e vice-presidente do Estado
Plurinacional após a retumbante vitória nas eleições de 18 de outubro passado.
agp/otf/bm
Via - Prensa Latina
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