Estátua de Neruda em um dos jardins de sua casa, em Valparaiso. Foto: Victor Rojas / AFP |
Os restos do poeta e prêmio Nobel de Literatura Pablo Neruda, falecido em 1973, serão exumados, determinou um juiz chileno que investiga a sua morte, atribuída a um câncer, informou na sexta-feira 8 a Fundação que administra a obra de Neruda no Chile.
“Há alguns dias, a Fundação Pablo Neruda foi informada da resolução do ministro (juiz) Mario Carroza que determina a exumação do corpo de Pablo Neruda, sepultado junto a Matilde Urrutia em Isla Negra”, informou um comunicado da Fundação Pablo Neruda.
Os restos de Neruda estão enterrados em sua casa em Isla Negra, localizada no litoral chileno a cerca de 120 km a oeste de Santiago, ao lado de sua esposa Matilde Urrutia, um desejo do poeta.
O comunicado informa que, após uma reunião com o diretor do Serviço Médico Legal, Patricio Bustos, foi definido o procedimento que seria realizado durante a exumação “em uma data que ainda será definida”. A Fundação espera que a exumação dos restos do intelectual seja realizada “com o maior respeito e cuidado possíveis” e que “contribua para esclarecer as dúvidas que possam existir a respeito da morte do poeta”.
A investigação sobre a morte de Neruda foi aberta no ano passado após uma denúncia de homicídio apresentada pelo Partido Comunista do Chile, que tinha o poeta como membro. A denúncia foi registrada depois que o motorista de Neruda, Manuel Araya, declarou publicamente que o escritor havia sido envenenado por agentes da ditadura de Pinochet, quando estava internado em uma clínica de Santiago para tratar de um câncer.
Neruda, ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1971, morreu no dia 23 de setembro de 1973. Oficialmente, o seu falecimento foi divulgado como tendo sido causado pelo agravamento de um câncer de próstata. A fundação que leva seu nome negou as acusações de assassinato e defende a tese de que Neruda teria falecido devido à doença que o acometeu.
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