Figuras de destaque pelo desprestigio, personas non gratas principalmente em cidades pequenas, os linguarudos (as) estão sempre de plantão, cuidando detalhadamente da vida alheia. Por suas bocas se propagam as mais horripilantes notícias, com acréscimos desmedidos de maldades, os fofoqueiros (as) divulgam com prazeres múltiplos, escândalos que jamais poderiam ser revelados.
Um sábio saudoso e autodidata amigo me advertia: “Cuidado, a paz aparente das pequenas cidades se acaba na língua do povo”...
Qual o perfil de um fofoqueiro?
Tanto o homem ou a mulher que muito fala da vida dos outros, possuem as mesmas características, criaturas de mentes pequenas e paupérrimas em evolução racional cujo mais prazerosa ocupação é cuidar do que fazem os outros.
O fofoqueiro “profissional”, na falta de um escândalo, ele inventa, basta ele achar que alguém é tal coisa, é e pronto, e assim sendo, está feito o inferno. Em uma cidade pequena, conhecemos linguarudos (as) célebres. Eles ficam na espreita, de tocalha, passando seus olhos em todos que vêem e desta forma, quando encontram oportunidade de expor suas conclusões sobre aquele a quem ele observou, não mede esforços e desfere logo o fogo de sua língua.
O fofoqueiro nato regozija-se em dizer seus achismos, o ilustre fofoqueiro vai a lugares públicos apenas para ouvir vigiar e tirar suas conclusões. O petulante falador vai dentro de tua casa colher informações e formar opiniões das quais, o tamanho da falsidade não cabe neste mundo.
É um cérebro a ser estudado pela psicanálise o do fofoqueiro, os tais falastrões machucam nossos ouvidos quando iniciam suas conversas, as quais são do mais baixo nível, tipo:
“Fulano ta levando chifre”, “beltrano é viado”, cicrano é broxa, “Maria tava grávida sim, a desavergonhada abortou”, “Xiii a mulher de Zé das quengas está saindo com Raimundo”, “O filho de dona Sula ta usando droga”...
E por aí a coisa vai, passam os dias, os anos e as histórias divulgadas por estes infames são sempre as mesmas, mudam-se apenas as personagens. Conheço alguns exímios fofoqueiros que vão à missa com um único intuito, observar quem por lá está, como se vestiu; também há outros célebres que vão ao culto cuidar onde o irmão ou a irmã coloca o pé.
Auto lá, não há fofoqueiros apenas nos seguimentos religiosos, há muitas pessoas religiosas de caráter, os fofoqueiros, porém, estes estão por toda parte, nas empresas, nas ruas, nas escolas. Todos afoitos, em busca de propagarem baixarias, são autênticos línguas de navalha, línguas preta, eles observam teus trejeitos, teu comportamento, se você sai ou não, com quem você anda ou deixa de andar, que lugar freqüenta ou deixa de freqüentar.
E nem pense em se preocupar que você sairá impune da língua ferina dos fofoqueiros, nunca. Se você não apronta nada e busca andar na risca da moral e do bom costume, eles conseguem distorcer tua boa conduta e mais cedo ou mais tarde o teu nome estará de boca em boca com versões assombrosas ao teu respeito.
É um mal terrível o fofoqueiro, tumor cancerígeno inoperável que semeia discórdias, conflitos físicos e psicológicos em suas vítimas, não há saída, eles irão falar também de você.
A melhor forma de conviver com estes empecilhos, é não dar ouvidos, confiar no que você é, afinal, ninguém tem nada a ver com tua vida. Tranqüilize-se em tua consciência, não é da tua conta o que dizem sobre você, o problema é deles. Não deixe de viver por que outros tiram conclusões inverídicas ou distorcidas a teu respeito.
Defenda-te em teu próprio conceito, não esquente, CAGUE para o achismo dos que se ocupam em falar da vida alheia. A grande verdade é que todo dia haverá o nome de alguém em pauta na roda dos fofoqueiros. As línguas venenosas nunca descansam...
Quer rir desses imbecis? Ouça “A manicure, de Jessier Quirino”. E seja o que você realmente é não o que outros dizem ou querem que você seja.
Viva a paz da consciência.
Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.
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