Por Altamiro Borges
A situação dos grandes grupos de mídia não está fácil. Os patrões ficam cada dia mais ricos; já os trabalhadores são mandados para o olho da rua ou têm seus direitos e salários reduzidos. Nesta quarta-feira (13), o site de notícias Terra confirmou a demissão de cerca de 100 profissionais.
Em São Paulo, mais de 50 trabalhadores foram cortados, incluindo toda a equipe de fotografia. Já em Porto Alegre, 16 funcionários foram desligados, sobrando apenas quatro jornalistas. Segundo o Portal Imprensa, cerca de 50% da redação do site será descartada sumariamente.
“O Terra alegou que o portal passará por uma reformulação. Há indícios de que o site deixará de ser atualizado online”.
Em dezembro de 2012, o Portal Terra já havia demitido 150 trabalhadores de diversas áreas – como redação, administração e marketing. Para a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), as demissões em curso são injustificáveis.
“Os empresários usam o cenário mundial desfavorável para justificar a má gestão ou um posicionamento editorial, que escolhe o jornalismo de entretenimento para rebater a concorrência da informação na internet... No Brasil não houve crise econômica, muito pelo contrário. Tanto é que o setor vem ganhando incentivos do governo que não são revertidos para os trabalhadores”, afirma Celso Schröeder, presidente da entidade.
A Fenaj e os sindicatos filiados vêm enfrentando uma nova onda de demissões no setor. Na semana passada, o Grupo RBS, um império midiático da região sul, já havia dispensado 130 trabalhadores. O Grupo Abril, que edita a asquerosa revista Veja, também promoveu recentemente corte de funcionários.
Para Milton Simas, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, o cenário é preocupante. “Muitos falam que a crise está no jornalismo impresso, mas parece estar generalizada. O Portal Terra já estava desde o ano passado concentrando alguns serviços em São Paulo e, com isso, realizou cortes nessa época aqui no Estado".
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