Para Leonardo Boff, "Dilma é ainda a melhor opção para
o povo brasileiro". O filósofo, que foi professor de Marina Silva, também
avaliou as principais mudanças de sua ex-aluna desde que a conheceu, no Acre,
até agora, candidata à Presidência da República
Líder religioso, intelectual e militante de causas sociais, Leonardo Boff acredita que a presidente Dilma Rousseff (PT) “é a melhor opção para o povo brasileiro”. Ao explicar sua resposta, ele afirma que “os fatos falam por si”. “Até hoje nenhum governo fez políticas públicas cuja centralidade era o povo marginalizado, os invisíveis, considerados óleo gasto e zeros econômicos”, avalia. Quem fez isso com sucesso deve poder continuar a fazê-lo e de forma mais profunda e abrangente”, acrescenta Boff.
Em entrevista concedida ao jornalista Paulo Moreira Leite
(leia a íntegra aqui), ele constata haver “um mal estar generalizado no mundo”.
“Todos têm a sensação de que assim como o mundo está não pode continuar. Tem
que haver mudanças”, ressalta, reforçando o que diz as pesquisas, segundo as
quais mais de 70% da população desejam mudanças no País, e justificando a causa
das manifestações de junho, de que o brasileiro quer mais do que já consegue
hoje.
“Há ainda um fator novo: as políticas públicas do PT que
tiraram 36 milhões da pobreza foram incorporadas como coisa natural, um direito
do cidadão. Ora, o cidadão não tem apenas fome de pão, de casa, de luz
elétrica. Tem outras fomes: de ensino, de cultura, de transporte minimamente
digno, de saúde razoável e de lazer. A falta de tais coisas suscita uma
insatisfação generalizada que faz com que esta eleição de 2014 seja diferente
de todas as anteriores e a mais difícil para o PT. Precisamos de mudança. Mas
dentre os partidos que podem fazer mudanças na linha do povo, apenas vejo o PT,
desde que consolide o que fez e avance e aprofunde as mudanças novas atendendo
as demandas da rua. Dilma é ainda a melhor para o povo brasileiro”.
Questionado a avaliar a mudança de Marina Silva desde que a
conheceu, no Acre, quando foi sua aluna, até 2014, quando se candidata à
Presidência da República pelo PSB, Boff observa, como primeiro ponto, a mudança
de religião. “De um cristianismo de libertação, ligado aos povos da floresta e
aos pobres, passou para um cristianismo fundamentalista que tira o vigor do
engajamento e se basta com orações e leituras literalistas da Bíblia”.
Para Boff, a candidatura da ex-senadora “representa uma
volta ao velho e ao atrasado da política, ligada aos bancos e ao sistema
financeiro. Seu discurso de sustentabilidade se tornou apenas retórico“. Em sua
visão, Marina não possui a habilidade de articulação. “Se vencer, oxalá não
tenha o mesmo destino político que teve Collor de Mello”, prevê. Na entrevista,
ele comenta ainda sobre o pessimismo generalizado no País – “grande parte
induzido por aqueles que querem a todo custo e por todos os meios tirar o PT do
poder” – e dá sua opinião sobre a mídia: “hoje, com a oposição fraca, eles se
constituíram a grande oposição ao governo do PT”.
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