Apuração é desdobramento do caso gafanhoto e envolve
ex-funcionários do gabinete de Beto quando ele era deputado estadual
Beto Richa foi deputado estadual
entre 1995 e 2000 e, até agora,
não havia sido citado nas
investigações do esquema
gafanhoto conduzidas
pelo
Ministério Público Estadual |
Segundo o MP, “atualmente, os autos encontram-se em
trâmite no âmbito na Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos
Jurídicos, tendo sido realizadas várias diligências, mas ainda pendentes de
complementação”. É a Subprocuradoria que atua, por delegação, em processos
de competência do procurador-geral – caso do inquérito atual, que envolve o
governador do estado.
O nome de Richa, que foi deputado estadual entre 1995 e
2000, nunca havia aparecido entre os citados no esquema gafanhoto. O
governador, porém, se viu envolvido em outra polêmica relacionada ao Legislativo estadual. Verônica Durau, sogra do antigo chefe de
gabinete de Richa na Assembleia, Ezequias Moreira, recebeu salários da
Assembleia durante 11 anos sem trabalhar. Ezequias é quem teria ficado com o
dinheiro. O episódio, divulgado pela Gazeta do Povo em
2007, ficou conhecido como “caso da sogra fantasma”.
Ezequias respondeu a dois processos sobre o caso. Na esfera
civil, ele fez um acordo com a Justiça e devolveu mais de R$ 500 mil que teria
recebido de forma indevida, por meio dos salários pagos a Verônica. Já a ação
penal tramita no Tribunal de Justiça (TJ), pois Ezequias
tem foro privilegiado. Ele foi nomeado por Richa secretário especial do Cerimonial e Relações Internacionais, em junho do ano passado. A
nomeação ocorreu na véspera de uma audiência na 5.ª Vara Criminal de
Curitiba, em que Ezequias poderia ser condenado.
Deputados
Mais de 60 deputados e ex-deputados chegaram a ser
investigados por participação na Operação Gafanhoto. Alguns inquéritos foram
repassados para a Justiça Federal, pelo fato de que ex-deputados estaduais
foram eleitos deputados federais e o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região
definiu que os processos deveriam tramitar na Justiça Estadual.
“Todos os procedimentos sobre ‘funcionários fantasmas’ do
chamado ‘Esquema Gafanhoto’, relacionados aos gabinetes de diversos deputados
da Alep [Assembleia Legislativa do Paraná], foram encaminhados à Promotoria
de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, gerando inúmeras investigações
e diligências ao longo dos últimos anos, com a propositura de diversas ações
civis públicas, ações penais (amplamente noticiadas na imprensa), além da
expedição de recomendações administrativas e inquéritos civis ainda em
trâmite”, diz o MP, em nota.
GUILHERME VOITCH na Gazeta do povo
GUILHERME VOITCH na Gazeta do povo
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