Da célebre frase de Yuri Gagarin “a Terra é azul”, dita pelo cosmonauta russo nos anos 50, ao Google Maps, ver o planeta do espaço mudou a forma como vivemos aqui embaixo
Desde que o homem conseguiu ver a Terra do alto, em 1957,
quando o primeiro satélite foi enviado para fora da órbita terrestre, a
possibilidade de casar dados coletados no solo e no espaço trouxe avanços que
vão da dominação militar até facilidades na mobilidade urbana, como os
aplicativos Easy Taxi ou Waze.
A visão externa auxiliou, principalmente, em assuntos de
cunho ambiental e geográfico. Setores como o agrícola e o florestal estão entre
os que mais tiveram contribuições, explica Rudiney Pereira, professor de
Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que há 25 anos
pesquisa esta área. Segundo ele, se compararmos as imagens obtidas por satélite
hoje com uma de 1982, ela terá detalhamento técnico 500 vezes melhor. Essa
evolução ajuda a transpor muitas barreiras.
“A base de dados do Google é gerada por imagens de
satélites. Vias, avenidas, estradas, tudo é marcado dessa forma. Elementos que
são feições utilizadas por geolocalização vêm por dados de imagens. Esses dados
não estão apenas disponíveis em computadores e smartphones, como também nos
GPS. Assim, pode-se obter dados do mundo inteiro”, explica Pereira.
Aplicativos
O advento de tablets e smartphones impactou nesse processo.
Tecnologias móveis potencializaram o uso de aplicativos com base na
geolocalização. Há uma década, a noção de espacialidade era outra, segundo o
professor Regis Alexandre Lahm, coordenador do Laboratório de Tratamento de
Imagens e Geoprocessamento da PUC-RS. “Há 10 anos não poderíamos nem imaginar
que existiria geolocalização. Hoje, é um produto do cotidiano e mudou a forma
como vemos um local. No futuro, poderemos ter imagens mais baratas, com maior
resolução espacial e em menor tempo”, diz o pesquisador.
Como esses aplicativos têm bases colaborativas, quem
trabalha com geolocalização procura contribuir em termos de informação. A
espacialização dos dados geográficos permite gerenciar informações de forma
rápida e eficiente – e em tempo real.
Uma parceria feita entre a PUC-RS e a Fundação Estadual de
Produção e Pesquisa em Saúde, por exemplo, cruza informações de densidade
demográfica, clima e outras variantes geográficas com áreas de ocorrência de
doenças, permitindo correlacionar os dados e direcionar políticas públicas de
saúde.
Mil e uma utilidades
Conforme a função, os satélites carregam tecnologia variada:
Super fotografias
A utilidade dos satélites de observação depende do
equipamento acoplado a ele. Podem ter câmeras de alta-resolução para fotografar
florestas ou para criar mapas. São de satélites deste tipo que saem as imagens
para montar o Google Earth.
Prevendo o amanhã
Usado para monitorar o clima da Terra, os satélites
metereológiocos colhem imagens da atmosfera para auxiliar nos serviços de
previsão climatológica. Formações de nuvens, queimadas, efeitos de poluição,
entre outros dados, são coletados por eles.
Tente viver sem ele
Distribui sinais de televisão, internet e telefonia, além de
transmitir dados em geral. O satélite de comunicação possibilita fazer chamadas
telefônicas e acessar a internet a partir de navios ou lugares remotos. É o
tipo de satélite mais conhecido.
Velando o sono inimigo
Como qualquer tecnologia, os satélites também são empregados
no uso militar. Equipados com câmeras infravermelho (o que possibilita a
identificação de alvos no escuro ou camuflados), conseguem fotografar
territórios com grande precisão e usam sensores de calor para detectar
lançamentos de mísseis e explosões nucleares. Em 2016, o Ministério da Defesa e
a Telebras passarão a usar um satélite próprio para comunicação militar. Será o
primeiro 100% controlado por instituições brasileiras – atualmente, os satélites
que auxiliam a comunicação militar do país são controlados por estações de
fora.
Diga onde você vai
Os satélites de GPS calculam latitude, longitude e altitude
dos usuários do sistema, orientando-os sobre sua posição no planeta – e fazem
você esquecer como é ir a um lugar desconhecido sem ele.São acionados a partir
de aviões,navios,celulares e até de relógios de pulso.Uma constelação de 24
satélites ao redor da Terra, a cerca de 20 mil km de altitude, forma o GPS,
sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global.Ele é controlado pelos
Estados Unidos,mas pode ser utilizado por qualquer aparelho receptor. O Glonass
é o sistema de navegação russo, e o Galileu, da União Europeia.
Via Gazeta do Povo
Via Gazeta do Povo
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