Cantor dividiu os palcos com o amigo Pedro Bento por mais de
50 anos.
Morreu na manhã desta segunda-feira, 5, aos 88 anos, o
cantor sertanejo Zé da Estrada. Conhecido pela dupla Pedro Bento & Zé da
Estrada, Waldomiro de Oliveira estava internado desde o sábado, 27, no Hospital
de Base, em Rio Preto, com suspeita de uma infecção.
Segundo o produtor da dupla, Clodoaldo de Moraes, Zé da
Estrada estava afastado dos palcos desde setembro do ano passado após sofrer um
AVC e ficar com complicações renais. Zé vivia com a mulher em uma fazenda em
Riolândia, onde estava sob os cuidados de uma enfermeira, mas mantinha um
apartamento em Rio Preto, cidade em que morou desde que iniciou carreira.
O corpo do músico será enterrado no Cemitério Municipal de
Riolândia, às 10h da terça-feira, 6.
Músicos e companheiros do cantor da região lamentaram a morte do
artista. "Hoje é um dia muito triste para nós. Nossas almas estão tristes
pois além de ser um ótimo cantor ele era um grande amigo", disse Donizeti,
da dupla rio-pretense Divino & Donizeti.
De acordo com o produtor da dupla, o cantor Pedro Bento
também estava internado em estado grave, tendo recebido alta há poucos dias.
Ele ficou sabendo da notícia pelos familiares e mesmo assim confirmou presença
na cerimônia de despedida do amigo. "Muita gente pensava que eles eram
irmãos, mas eram apenas amigos. Esses dias, logo que Pedro Bento saiu do
hospital, ele me disse que era mais que um irmão do Zé, porque os dois foram
internados juntos, ficavam doentes juntos e vice-versa. Isso foi muito marcante
para mim", conta o produtor da dupla.
O último show realizado pela dupla foi no dia 27 de agosto
de 2016 na cidade de Guarulhos. Em 17 de setembro, a dupla subiria aos palcos
na cidade de Jundiaí, mas devido às complicações de saúde de Zé da Estrada, o
cantor precisou ser substituído.
Trajetória
Zé da Estrada nasceu em 1929 na cidade de Pratânia, região
de Botucatu e junto ao parceiro Pedro Bento foi um dos veteranos da música
sertaneja. Com seus chapéus de mariachis e instrumentos típicos do estilo
mexicano, os amigos brotaram com força no interior paulista na década de 1950
ao inovar importando as rancheiras que fizeram sucesso na América Central.
O sucesso foi tanto, que na década de 1960, a dupla
oficializou as roupas e os acessórios como parte do cenário, ganhando o título
de "os amantes da rancheira". O primeiro sucesso nacional veio em em
1959 com "Seresteiro da Lua". A mistura do caipira com a rancheira
deu certo fazendo com que Pedro Bento e Zé da Estrada mantivesse o sucesso até
os dias de hoje.
Em Pratânia, cidade natal de Zé da Estrada, foi criado o
Museu Pedro Bento e Zé da Estrada, homenageando a dupla e também outra famosa
dupla da região, Tonico e Tinoco, além de uma homenagem a Belmonte.
(Colaborou Arthur Avila)
Via - Diário da Região - São José do Rio Preto
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