Morte de negros aumenta e de brancos diminui nos últimos
oito anos. A quantidade de vítimas brancas teve queda de 27,5% entre 2002 e
2010; e o aumento de vítimas negras foi de 23,4% no mesmo período
Desde 2002, o número de homicídios envolvendo a população
branca vem diminuindo, enquanto ocorre um aumento de assassinatos da população
negra. É o que revela o Mapa da Violência 2012. A quantidade de vítimas brancas
caiu de 18.852, em 2002 para 13.668, em 2010, ou seja, uma queda de 27,5%. No
mesmo período, o número de vítimas negras aumentou de 26.952 para 33.264,
aumento de 23,4%. Para o autor do estudo, Julio Waiselfisz, a privatização da
segurança pública no Brasil ajuda a aumentar essa diferença.
Em 2002, proporcionalmente, morreram 45,8% mais negros do
que brancos. Em 2010, foram 139% mais negros assassinados do que brancos, ou
seja, muito mais do que o dobro. As regiões Nordeste e Norte são as que
apresentam maior vitimização negra, termo usado na pesquisa justamente para
mostrar a porcentagem da população negra assassinada, em relação com a
população branca.
Os cinco Estados onde há o maior número de homicídios de
negros, em comparação com os homicídios de brancos são Alagoas, Paraíba,
Pernambuco, Distrito Federal e Sergipe, todos com taxas acima de 50
assassinatos por 100 mil negros. No outro extremo, estão Paraná – único Estado
ondem morrem mais brancos do que negros -, Rondônia e Mato Grosso.
Censo
O percentual de pessoas que se declararam pretas passou de
6,2% para 7,6% na última década, segundo Censo elaborado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento foi maior entre as que
se declararam pardas, de 38,5% para 43,1% no mesmo período. Em 2010,
aproximadamente 91 milhões de pessoas se classificaram como brancas, 15 milhões
como pretas, 82 milhões como pardas, 2 milhões como amarelas e 817 mil como
indígenas.
De acordo com o levantamento de 2010, São Paulo é a cidade
com maior número de pretos e pardos em todo o país, com cerca de 4,2 milhões,
seguido do Rio de Janeiro (cerca de 3 milhões) e Salvador (cerca de 2,7
milhões).
Agência Brasil e Censo 2012 - Via Pragmatismo Político
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