É difícil não se emocionar quando as primeiras notas de “Redemption song” começam e se escuta a voz de Mitchell Brunings durante uma apresentação na versão holandesa do programa “The voice”. Não por acaso, o jovem, que virou celebridade na internet com sua audição no show de calouros, no dia 30 de agosto – foram mais de 2 milhões de views em três dias -, está sendo chamado de reencarnação de Bob Marley, título que faz ele se encher de orgulho, claro. Hoje, o vídeo já ultrapassou a marca das 6 milhões de visualizações.
- Desde que comecei a cantar músicas de Bob Marley, no começo da minha adolescência, ouço a comparação. E ele tem sido uma inspiração na minha música e na minha vida. É um orgulho ser comparado a alguém, acima de tudo, tão humilde. Mas sou apenas um cara chamado Mitchell Brunings, que ama o homem e sua música e tenta fazer justiça a ele dando tudo de si – conta, em recente entrevista ao jornal O Globo.
Mitchell começou a cantar aos nove anos, inspirado pelo pai, em Nieuwegein, na Holanda, onde nasceu. Primeiro descobriu o soul, o jazz e o country, mas também muita salsa, merengue e kaseko – música típica do Suriname, onde sua família nasceu. A estreia nos palcos foi aos 15 anos, com os primos, numa espécie de boy band de rhythm and blues. Mas a semelhança com o Rei do Reggae o levou à banda Rootsriders, famosa na Europa, África e Caribe por shows de tributo a Bob Marley. A turnê deste ano pela Holanda vai homenagear a estreia internacional do revolucionário álbum de The Wailers “Catch a Fire”, 40 anos depois do lançamento.
- Os shows têm feito muito sucesso ao longo desses sete anos, mas não me considero um cantor de reggae, porque gosto de diferentes estilos, como soul, gospel, rock e até um pouco de country. Canto qualquer tipo de música, desde que seja boa – conta o cantor, que se nega a dizer a idade.
O primeiro álbum dos Rootsriders, de 2006, coincidentemente, se chama “Songs of Redemption”. Foram mais de 500 apresentações fora da Holanda, em países como a África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Estados Unidos, Turquia, Alemanha, Bélgica e Caribe. A Jamaica não. Ainda.
- Claro que conhecer a Jamaica seria um sonho, experimentar aquela ilha e aquele povo. Na verdade, o que mais me surpreende e me deixa orgulhoso é a reação que recebo dos jamaicanos. Devo ter feito alguma coisa certa se seu próprio povo me admira. A música dele significa muito no mundo inteiro, mas lá Bob é o rei.
No “The voice”, as expectativas já foram superadas – “nunca sonhei em chegar tão longe e ser amado por tantas pessoas no Brasil, por exemplo” -, e ele sabe que as próximas fases serão difíceis. Mas o que quer que aconteça no programa não irá superar o que ele já conquistou até agora.
(Vídeo – Performance de Mitchell Brunings – Redemption Song)
Via Pragmatismo político
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