O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que as
mudanças a nível internacional solicitadas pelo secretário geral das Nações
Unidas, Ban Ki-moon, devem começar pela própria organização mundial.
"E devem conduzir para que a ONU cumpra com os acordos
que ela mesma adota, como no caso da demanda reiterada durante 20 anos
consecutivos para o levantamento do bloqueio dos Estados Unidos contra
Cuba", destacou.
Em entrevista à Prensa Latina em Nova York, o presidente
boliviano disse que a ONU não pode continuar sem aplicar as decisões que adota
nem ser cúmplice de "um Conselho de Insegurança nem de intervencionismos e
unilateralismos".
"Aqui há 99% de países que recusam o bloqueio
norte-americano contra Cuba e a ONU não aplica esse acordo devido às imposições
dos Estados Unidos", assegurou o chefe de Estado boliviano.
Durante o debate presidencial iniciado na última terça-feira
(25) no organismo mundial, Morales perguntou-se: "Diante dessa situação,
para que serve as Nações Unidas?"
"Todos os Estados membros têm os mesmos direitos e por
isso têm que ser cumpridos os acordos atingidos", insistiu, ao citar o
exemplo da América Latina e de resoluções adotadas mas não executadas.
Nesse sentido, mencionou os casos das Ilhas Malvinas,
ocupadas pelo Reino Unido e reivindicadas pela Argentina, o direito da Bolívia
a contar com uma saída ao mar e o bloqueio contra Cuba.
Bases militares na América Latina
Ele acrescentou o problema das bases militares estrangeiras
em território latino-americano como outro dos assuntos que o organismo deveria
considerar por constituir um exemplo de intervencionismo sob o pretexto da luta
contra o narcotráfico e o terrorismo.
Sustentou que o conceito de economia verde impulsionado pela
máxima direção da ONU é um disfarce do capitalismo voraz para garantir o
controle absoluto dos recursos naturais do planeta.
"Está claro: os países subdesenvolvidos têm que
desmatar suas florestas, enquanto os industrializados cuidam das suas e, além
disso, é preciso ainda pagar-lhes para que prosperem", explicou.
Fonte: Prensa Latina - Via Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário