As oposições no Brasil apostam no pior, nem que isso
signifique sofrimento para o povo. Mas apostar no pior não tem dado certo
Melhoria de vida do povo brasileiro
não passa pelos ‘sonhos’
da oposição. Foto: divulgação / web
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À falta de programa e de candidato, os setores opositores
sonham com descalabros que, talvez, lhes deem alguma chance de evitar que Dilma
se reeleja em 2014 e o Brasil siga o caminho que vem trilhando, vitoriosamente
(nunca nenhuma força, pela via democrática, governou por tanto tempo no Brasil,
como o PT).
Como sonhar não é proibido – mesmo que seja com pesadelos
para o país e para o povo -, as oposições desejam ardentemente que:
2. Crise social, grandes mobilizações populares contra o
governo, repressão, perda de apoio popular do governo. A CUT se divide, um
setor sai e se soma aos grupos de ultra-esquerda.
3. Brigas se acentuam na base politica do governo, PSB e
PMDB se autonomizam e prepararam candidaturas próprias. O governo perde maioria
no Congresso e tem dificuldades para librar recursos e aprovar projetos. O PAC
se estaciona, assim como o Minha casa, minha vida, o Bolsa Família e outros
programas sociais do governo.
4. Dilma e Lula se estranha e brigam, cada um por um lado,
batendo um no outro.
5. As obras do Mundial de Futebol e das Olimpíadas atrasam,
Brasil é ameaçado de perder suas sedes.
6. Políticas públicas nas zonas do Rio, antes dominadas
pelos narcotraficantes fracassam, diante do ressurgimento dos bandos armados e
essas zonas voltar a estar sob controle dos narcos.
7. As relações do Brasil na América Latina se deterioram:
conflitos com a Argentina inviabilizam o Mercosul, entrada da Venezuela se
complica. Polo neoliberal do Pacífico se fortalece, em contraposição ao
Mercosul.
8. Usinas e outros projetos governamentais são
inviabilizados por movimentos indígenas e ecológicos, e o Brasil desemboca num
apagão.
9. Julgamento do “mensalão” desemboca em processo contra o
Lula.
10. Uma eliminação vergonhosa do Brasil do Mundial de
Futebol, além da má organização evento, ajudariam a baixar ainda mais a
auto-estima dos brasileiros.
Em suma, as oposições apostam em desastres, ficam olhando a
economia internacional, pra ver se há nuvens que promovam grandes tempestades,
que desequilibrem o modelo econômico que articula crescimento com distribuição
de renda. Apostam no pior, nem que isso signifique sofrimento para o povo.
Mas apostar no pior não tem dado certo. Não deu no começo do
governo Lula, não deu na tentativa de impeachment em 2005, nem no começo da
crise internacional, em 2008. Não dará agora também. Mas serve para
caracterizar no que apostam as oposições. Elas continuarão vivendo pesadelos.
Emir Sader, Carta Maior - Via Pragmatismo Político
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