Islamabad, 7 set (EFE).- Um tribunal de Islamabad decidiu
libertar sob fiança nesta sexta-feira a menina cristã paquistanesa Rimsha
Masih, presa há três semanas após ser acusada de queimar textos corânicos,
segundo informou a imprensa local. O advogado da menina declarou aos
jornalistas que tanto ela como sua família seguem sob séria ameaça de serem
atacados por fundamentalistas radicais após a libertação, que será concedida
após o pagamento de 500 mil rúpias (quase R$ 11 mil). O presidente da Liga
Ecumênica do Paquistão, Sajid Ishaq, disse à Agência Efe que uma vez que se
dite formalmente a saída da prisão da menina - de 12 anos de idade e que sofre
de incapacidade mental -, a prioridade é sua segurança. Ishaq se mostrou
confiante que as autoridades, que ontem constituíram um comitê de alto nível
para acompanhar o caso, proporcionarão "a máxima segurança" a Rimsha
e a seus familiares. Sobre o pagamento da fiança, cuja quantia não pode ser
arcada pela família, Ishaq declarou que "há várias organizações que já se
mostraram dispostas a colaborar, portanto não será um problema". Rimsha
Masih foi detida no último dia 16 de agosto em sua casa do subúrbio de Mehrabadi,
em Islamabad, após ser acusada por um vizinho de ter queimado, sem saber
segundo seu próprio depoimento, páginas do Qaida Nurani, um livro de instruções
para aprender a ler o Corão. O caso de Rimsha, que atraiu os olhares de
organizações de direitos humanos e de vários Governos ocidentais, sofreu uma
reviravolta no final de semana passado após a detenção do imame de uma mesquita
de Mehrabadi por ter falsificado provas contra a menor. Khalid Yadun foi preso
no domingo após ser acusado por um de seus assistentes de alterar as evidências
e pôr folhas arrancadas do Corão na bolsa que continha as cinzas do que foi
queimado pela menina.
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