O aumento do tempo de vida da população mundial e da média
de sobrevida das pessoas eleva a probabilidade de que elas venham a desenvolver
a doença de Alzheimer, disse à Agência Brasil a neurologista Soniza Leon, do
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
“Todas as pessoas que viverem muitos e muitos anos podem ter
Alzheimer. Quanto mais se vive, maior a chance de ter uma demência”, ressaltou
a especialista, que também é professora de neurologia da Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Segundo ela, recursos como a nanotecnologia, que permite
diminuir o mecanismo oxidativo de neurônios, podem contribuir para prevenir a
deterioração natural do organismo com o envelhecimento. Em determinadas
populações cujos indivíduos vivem até mais de 100 anos, está sendo estudado se
o fator genético contribui para protegê-los desse tipo de demência.
A doença de Alzheimer provoca a degeneração do sistema
nervoso. Ela se caracteriza, principalmente, pela demência ou perda das funções
corticais, entre as quais se destacam a linguagem, a capacidade de percepção, o
raciocínio abstrato, o juízo crítico e a memória. “De todos os fenômenos que
envolvem a tomada de decisão, a afetividade, o humor. Todas essas funções
corticais são comprometidas nessa doença.”
No caso de comprometimento da linguagem, por exemplo, a
pessoa acaba perdendo a capacidade de se comunicar ou de entender o que lhe é
perguntado; a memória também começa a ficar prejudicada para fatos recentes.
Para fatos passados, ela é preservada, embora durante algum tempo, antes de se
perder.
Quanto à capacidade de movimentar-se, o paciente com
Alzheimer não tem paralisia, mas apresenta o que os médicos chamam de apraxia
da marcha. “É a perda da capacidade de elaborar um ato motor, de início
voluntário e, depois, automático e involuntário. É como a criança, quando está
aprendendo a andar: ela anda com a perna aberta, com dificuldade, porque não
tem a automatização da marcha”, explicou. As informações são da Agência Brasil
Via Dag Vulpi
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