Estudo feito em camundongos identificou neurônios que são
ativados apenas quando eles eram acariciados e que essa ativação era prazerosa
para as cobaias
Maria Fernanda Ziegler - iG São Paulo
Pesquisadores conseguiram identificar neurônios ativados
pelo carinho
Carinho é bom e relaxa, mas agora há uma explicação
científica para isso. Pesquisadores americanos conseguiram identificar o grupo
de neurônios abaixo da pele e dos cabelos que detectam quando o corpo é
acariciado, mas não quando ele recebe algum tipo de agressão. O estudo mostrou
que estas mesmas células promovem uma sensação de bem estar quando ativadas.
O estudo do Instituto de Tecnologia da Califórnia foi feito em
camundongos, mas os pesquisadores acreditam que os resultados possam ser
aplicados até ao homem. “Como os mecanismos sensoriais mais básicos são
conservados entre os mamíferos, acredito que o estudo possa ser aplicado em
outros mamíferos também, talvez até em humanos”, disse ao iG David Anderson,
autor principal do estudo publicado esta semana no periódico científico Nature
.
A equipe de pesquisadores descobriu um grupo de células que
só respondem ao carinho. Quando os camundongos eram cutucados ou beliscados,
estes neurônios não eram ativados.
No experimento eles confinaram um camundongo em um ambiente
com uma solução química que ativava estes neurônios. No dia seguinte, o animal
era levado para uma área vizinha com uma solução salina, desenvolvida para não
ter efeito nenhum nos camundongos.
Depois de um tempo, o camundongo tinha acesso as duas áreas
e podia escolher em que área ficar. O animal passou muito mais tempo na área
com a solução que ativava os neurônios do carinho.
Os pesquisadores não descartam a possibilidade de
desenvolver uma nova droga que ative os neurônios relacionados com o carinho.
“Eu estaria interessado neste estudo, caso alguém queira financiar a busca
desta uma droga. Talvez ela pudesse aliviar a dor ou coceira da pele em seres
humanos e animais, ou simplesmente nos fazer sentir melhor”, disse ao iG .
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