Balanço da Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta 189 casos
de trabalho escravo em 2012 no país, com a libertação de 2.723 pessoas. O
número de trabalhadores resgatados aumentou 11% em relação ao ano anterior.
Segundo a CPT, os dados, divulgados na ultima semana, ainda podem ser
alterados, mas estão “provavelmente” próximos dos resultados definitivos, a
serem divulgados em fevereiro pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
“Olhando para o conjunto, verifica-se que houve resgate de
trabalhadores em 20 estados, o que demonstra que essa prática criminosa
persiste de norte a sul do nosso país, mesmo diante das ações de órgãos do
governo e de organizações sociais que lutam pelo seu fim”, afirma a CPT.
Ficam à frente na lista as atividades nas lavouras e
canaviais: 646 libertados em 36 ocorrências.
De acordo com o relato, a região Norte se destacou por
concentrar “metade do número total de trabalhadores envolvidos em situação de
escravidão e 39% dos que chegaram a ser resgatados”. Esse último número
aumentou de 518, em 2011, para 1.059.
A CPT também destaca o crescimento da participação da região
Sul, que teve menos casos identificados (de 23 para 17), porém mais
trabalhadores envolvidos: de 158 para 350. Todos foram resgatados no ano
passado.
O Pará retomou a “liderança” no ranking do trabalho escravo:
50 casos, 1.244 trabalhadores envolvidos e 519 libertados. Em seguida, vem o
Tocantins, com 22 casos, 360 envolvidos e 321 libertados, o triplo de 2011.
O relatório cita o aumento de casos no Paraná, de três para
nove, com 246 trabalhadores resgatados, ante 19 no ano anterior. “Tal fato se
deve em parte à libertação de 125 trabalhadores somente em um flagrante, em uma
usina de açúcar e álcool, em Perobal, interior do estado”, diz a CPT.
Caiu o número de casos em Goiás (14, com 201 libertados),
Minas Gerais (sete e 287, respectivamente, Rondônia (seis e 46) e Rio de
Janeiro (dois e nove).
Ainda segundo a comissão, 19% dos trabalhadores resgatados
(526) em 2012 foram encontrados na produção de carvão vegetal usado em
siderurgia. Na sequência, vem a pecuária, com 500 resgatados. No desmatamento,
o número mais que triplicou, de 55 para 181.
Embora não acompanhe diretamente esse tipo de caso, a CPT
informa que continuam crescendo as ocorrências de trabalho escravo em
atividades não agrícolas. Foram 25 casos em 2012, sendo 16 apenas na construção
civil, em nove estados. “Essa atividade destaca-se em 2012 com o principal
palco de trabalhadores resgatados: 627, ou seja, um em cada quatro resgatados,
país afora. Entre eles também muitos trabalhadores do campo.”
Segundo os dados mais recentes do Ministério do Trabalho
sobre as ações de fiscalização móvel para erradicação do trabalho escravo,
houve 120 operações em 2012 em 226 fazendas, com 2.354 resgatados. De 2003 a
2012, são 1.179 operações em 2.570 fazendas. O total de trabalhadores
resgatados atinge 37.849.
Fonte: Rede Brasil Atual
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