Se nada for feito para reverter a situação, o
Extremo-Noroeste poderá enfrentar uma epidemia da doença tão grave quanto a de
2013, quando mais de 10 mil casos positivos foram registrados só em Paranavaí.
á são 4.086 casos positivos de dengue em todo o Extremo-
Noroeste do Paraná. Sete deles foram confirmados nas últimas três semanas, o
que significa que ainda há circulação viral nos municípios da região. “É uma
situação tipicamente endêmica”, declarou o chefe da Divisão de Vigilância em
Saúde da 14ª Regional de Saúde, Walter Sordi Junior.
E deveria ser diferente. “Os índices do vetor estão altos
mesmo com o frio”, disse. Para se ter uma ideia, há municípios com 6%, 8% de
infestação por larvas do mosquito transmissor da dengue. Se nada for feito para
reverter a situação, o Extremo-Noroeste poderá enfrentar uma epidemia da doença
tão grave quanto a de 2013, quando mais de 10 mil casos positivos foram
registrados só em Paranavaí.
Sordi Junior afirmou que a culpa deve ser dividida entre
poder público e população. “A responsabilidade é de todos, mas tem municípios
em que o problema é ainda maior”. Há casos em que as condições que levaram ao
surto ainda não foram eliminadas: “A cidade está suja, os bueiros estão entupidos,
as caixas d’água com tampas rachadas. Parece que não estão nem aí”, disse.
É preciso haver mudanças. “Esperamos que a partir de agosto
chova menos”, argumentou o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde. Segundo
ele, uma temporada longa de chuvas favorece a procriação do Aedes aegypti e
prejudica os trabalhos dos agentes públicos. Mesmo dentro das residências e
empresas fica mais difícil eliminar focos de larvas do mosquito.
Sordi Junior foi categórico ao dizer que sem conscientização
e mobilização não haverá resultados práticos no combate à dengue. “Precisamos
saber do poder público, dos moradores e dos empresários o que eles querem. Se é
acabar com a dengue ou deixar que a situação seja tão difícil como foi antes”.
Por enquanto, os números registrados desde 1º de janeiro
mostram que 6.205 pessoas procuraram ajuda médica porque apresentaram sintomas
de dengue. Desse total, 4.086 contraíram a doença. Outros 1.950 pacientes foram
submetidos a exames laboratoriais e os resultados foram negativos. 169 análises
ainda estão pendentes.
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