Um resumo diário das principais notícias internacionais.
A Embaixada brasileira no Uruguai proibiu a exibição do filme
“Chico: Artista Brasileiro”, sobre o músico Chico Buarque, no Festival Cine
Brasil 2019, a ocorrer em outubro na cidade de Montevidéu.
- Um ataque com dez drones atingiu duas grandes refinarias
de petróleo na Arábia Saudita. Cada uma delas tem capacidade de processamento e
até 8,45 milhões de barris de petróleo dia. A Arábia Saudita é a maior
exportadora de combustível do mundo. A responsabilidade pelo ataque foi
assumida pelos Houthis, grupo contra o qual a Arábia Saudita leva há anos uma
guerra no Iemen. Nos bastidores, sauditas e americanos acusam o Irã pelo
ataque. O preço do petróleo mundo afora já disparou e circulam gráficos
mostrando que o impacto na produção do petróleo com os ataques já supera todos
os anteriores, advindos de conflitos tais como o da revolução iraniana (1979),
a invasão do Kuwait pelo Iraque (1990) ou a guerra no Iraque (2003).
- Cerca de 7 milhões de tunisianos foram às urnas ontem para
uma eleição presidencial. São 24 os candidatos, incluindo o premiê Yussef
Chahed, há três anos no poder. Se nenhum candidato obtiver maioria absoluta,
haverá segundo turno antes de 23 de outubro. As eleições legislativas estão
marcadas para 6 de outubro. Segundo o portal da Aljazeera, dois candidatos
anti-sistema reclamam a liderança no processo. Um deles é Kais Said, de 61
anos, professor de direito e especialista em direito constitucional. O outro é
Nabil Karoui, mega empresário das comunicações, que atualmente está preso em um
processo que o investiga por lavagem de dinheiro.
- Se Bolsonaro realmente for à Nova Iorque para discursar na
AGNU, ficara o menor tempo possível. Deve chegar na segunda, 23, discursar na
terça, 24, e zarpar no dia 25, sem bilaterais, grandes encontros, conferências,
niente. As informações estão na imprensa de hoje. A ver.
- Sher Mohammad Abbas Stanikzai, negociador chefe entre os
Talibans e o governo dos EUA, disse que o grupo pode lutar por mais 100 anos,
caso os EUA não deixem o Afeganistão. Está na imprensa sua declaração:
“Esperamos que Trump reconsidere seu anúncio e regresse para onde estávamos”.
Ele se refere ao avanço das negociações, cujo acordo inclusive já havia sido
firmado pelas partes e culminaria em um encontro em Camp David no final de
semana passada, cancelado abruptamente por Trump após um ataque a bomba em
Cabul que vitimou um militar norte-americano. Por sua vez, uma delegação dos
Talibans foi recebida em Moscou neste final de semana.
- Eles voltaram. Os jalecos amarelos. Durante o final de
semana, os protestos mais volumosos e que sofreram repressão mais violenta
foram os de Nantes.
- A temperatura voltou a subir nos últimos dias com relação
à Venezuela. Após a iminência de reativação do Tiar, o tensionamento na
fronteira com a Colômbia, inclusive com a divulgação de fotos de Juan Guaidó com
chefes de grupos paramilitares colombianos, fez com que o mundo voltasse
novamente os olhos para a América do Sul. Outro fato dos últimos dias foi a
chegada de um novo embaixador dos EUA à Colômbia. No final de semana, unidades
navais das Forças Armadas venezuelanas atracaram no porto de Maracaibo. A
imprensa venezuelana traz também a informação de que mais de 220 mil milicianos
venezuelanos receberam 500 mil fuzis durante os exercícios militares do final
de semana em Zulia denominados “Venezuela Soberania e Paz Ocidental 2019”.
- O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, alertou ontem que a
conjuntura econômica nos EUA está complicada e que não houve o crescimento
esperado. Diante disso, o governo Trump buscará um “êxito” na política externa
a todo custo. Um sinal de perigo, segundo Rodríguez.
- Na Bolivia, o jornalista Hugo Moldiz, denunciou nos
últimos dias a tentativa da oposição de apresentar Evo Morales e seu governo
como depredador da natureza. Há dias saem denúncias de enquanto o governo se
esforça para conter os incêndios, novos focos criminosos vão aparecendo em
outros lugares. Segundo Moldiz, os incêndios en Chiquitanía vieram como “anillo
al dedo” (anel ao dedo) para a oposição. Ainda no contexto dos incêndios, três
bombeiros bolivianos morreram afogados este final de semana enquanto
descansavam do trabalho de combate às queimadas na Chiquitania. Evo prestou sua
solidariedade via twitter.
- Circula hoje fortemente na América Latina a entrevista de
Lula dada a Ignacio Ramonet e o prêmio nobel Adolfo Perez Esquivel. Ramonet se
notabilizou por suas longas entrevistas no passado recente com Hugo Chávez e
Fidel Castro. Lula diz na entrevista: “quem não elabora uma narrativa, no mundo
de hoje, perde a guerra. Estou convencido de que os juízes e os procuradores
que montaram a manipulação para me encarcerar não dormem com a tranquilidade
que eu tenho. São eles que não tem a consciência tranquila. Eu sou inocente.
Mas não fico com os braços cruzados. O que vale é a luta”.
- Algo que não citei nas notas passadas e é bem importante,
o PCFR, Partido Comunista da Federação Russa, conquistou 13 cadeiras no
parlamento da cidade de Moscou na eleição de 8 de setembro. Eles tinham 5
cadeiras na legislatura cessante. Na verdade, os partidos que apoiam Putin,
especialmente o Rússia Unida, perderam um terço de suas posições.
- Israel tem eleições amanhã, dia 17. Benjamin Netanyahu,
que já é o primeiro ministro que governou Israel por mais tempo, aumentou sua
agressividade e o tom do discurso nos últimos dias. A disputa acirrada será
entre o Likud, partido de Bibi, e o Kahol Levan, partido de centro do
ex-general Benny Gantz, que também é linha dura em relação aos palestinos, mas
mistura menos Estado com religião. Ambos partidos, caso vençam, precisarão do
apoio do partido Israel Nossa Casa para formar maioria. Este é dirigido por
Avigdor Liberman, ex-ministro da Defesa, igualmente anti-palestina, mas
defensor de um estado laico. Bibi prometeu nos últimos dias, em claro apelo
eleitoreiro, que se for eleito anexará o Vale do Jordão e a margem norte do Mar
Morto, um terço do território da Cisjordânia.
- Hong Kong foi alvo de protestos novamente no final de
semana. Já é o decimo quinto final de semana seguido de manifestações. Desta
vez houve manifestações de militantes pró-China que agitaram bandeiras chinesas
e entoaram o hino. Houve confronto entre os divergentes. Salvini tuitou a
respeito, “começamos já. Os portos se abrem sem limites. (...) a Itália volta a
ser acampamento de refugiados da Europa”. Salvine acumulava o cargo de
vice-primeiro ministro com o de ministro do interior, agora ocupado por Luciana
Laborgese, uma especialista em imigração. Está em construção um “mecanismo
temporário de distribuição automática” de imigrantes resgatados na Europa,
segundo informe de Bruxelas. Está programado para o próximo dia 23 um encontro
de ministros do Interior da Europa em Malta.
- Bastou Salvini deixar o governo italiano e um desembarque
de imigrantes foi autorizado no país. Após 14 semanas sem autorizar nenhum
desembarque, o navio Ocean Viking desembarcou 82 imigrantes na ilha de Lampedusa.
Os imigrantes serão distribuídos entre cinco países europeus (Itália, França,
Alemanha, Portugal e Luxemburgo).
- O partido britânico Liberal Democrata anunciou ontem (15)
que passou a adotar uma postura formal de defesa da interrupção do Brexit. O
partido possui 18 assentos no parlamento de 650 cadeiras. Eles defendem a
revogação do Artigo 50 que em 2017 notificou a UE da intenção da Inglaterra de
deixar o bloco.
De Brasília
Ana Prestes
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