Por Valdinei F. Keiri.
“Sou o que ninguém vê. O que está atrás de uma pêndula
fachada apática e desbotada.
A fim de esconder-me atrás de uma face, sou o que não usa
grandes óculos escuros.
Só até aqui bastaria para explicar-me, entretanto tenho que
me aprofundar; haja vista que o ser humano gosta de complicação. ‘O simples’
não é ‘o suficiente’.
Explicar-me-ei, pois:
Talvez esteja imbuído no chassi errado, não sei.... Só sei
que me vou moldando: soldando-me. Recortando pedaços de outros e colando-me
placas de ferro em aço; mas tudo de maneira sucinta, pois não me dou o luxo de
perder a característica original. Aliás.....quanto à isso, desisti um pouco de
me preocupar, pois é o que almejo e, até agora, não o consegui.
No meu pára-brisa, afixando continuo, de quando em quando,
alternadas frases: ‘sugestivas’ assim como ‘subjetivas’, além de brincar,
bastante, com as ‘implícitas’; onde, quem as leem, interpretam de formas próprias
suas.....É assim que somos, pois, quando, lá, posta a oração, cada qual reza o
terço da forma que achar conveniente, ou da forma capaz para interpretá-la.....
Quando interpretada de forma diversa, tento compreendê-los. Ora!!! estão,
também, montados em chassis, uns mais frágeis, outros não. Uns coerentes com a
cabine outros..., mas estão na estrada, assim como eu. Oh! Meu
‘Mecânico’!!!!!!!
Mas de tudo, todos seguindo estamos - cada qual a sua rota;
e, assim, sigo-a: Vou-me, sempre, retificando. Até quando??... Não sei!...
Talvez..., e pelo que vejo,... Será até o dia em que os modelos das minhas
peças não mais estiveram à venda. Hora esta que me levará para o ferro velho; a
fim de, lá, ser acerado e ser-me calçado outra cabine.
Mas até lá, sou da seguinte opinião:
Ou vivo a minha vida, ou alguém vai vivê-la por mim!
Repouso-me quando e onde acho prudente, o tempo necessário!...
Valho-me desta mesma conjugação, em pessoa, número e afirmação, só trocando o
verbo para acelerar.
“Este sou Eu.”
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