A ideia parece um tanto simples: se o cacau um dia foi
bebida e se transformou em doce para ser mordido (e adorado), por que o café
não poderia trilhar o mesmo caminho? Em busca de um energético para lançar no
mercado, a empresa de chocolates SPA, do Espírito Santo, se fez essa pergunta
marota e criou o Coffee Beans. Trata-se de um curioso docinho em forma de grão
de café que é, em resumo, “café de comer”.
Coffee Beans, café para comer. FOTOS: Cynthia Almeida
Rosa/Estadão
|
Os criadores do produto usam grãos arábica da variedade
Mundo Novo, cultivados no Sul de Minas Gerais, que têm, segundo eles, “notas de
caramelo e chocolate, com acidez cítrica suave”. Aplicam uma torra média para
escura, moagem bem fina e misturam o pó a manteiga de cacau (em torno de 30% do
confeito), para conseguir a textura macia. O resultado dessa fórmula é um
docinho marrom, que ao incauto parece até chocolate.
O De Grão em Grão levou os Coffee Beans para que
especialistas provassem as três versões do produto: ‘espresso’ (com café e
açúcar), ‘café com leite’ (café, açúcar e leite em pó) e ‘cappuccino’ (café,
açúcar, leite em pó e cacau em pó). Experimentaram conosco as baristas Cecilia
Sanada, consultora de cafés, e Gelma Franco, proprietária do Il Barista, e a
chocolatière Luciana Lobo, da Cau Chocolates.
Coffee Beans em três versões,
‘espresso’, ‘café com leite’ e
‘cappuccino’.
|
Todas foram unânimes em um ponto: é um produto curioso pela
proposta, mas que requer ajustes. “É interessante. Quanta matéria-prima
descartamos em forma de borra? Teríamos um uso integral do café”, opina Cecilia
Sanada, que tem o costume de mascar o grão puro em sessões de torra, um truque
para verificar se atingiu o ponto adequado no processo.
Provamos os doces isoladamente e depois harmonizando-os com
cafés e com leite. Veja as opiniões.
O confeito
Sabor ‘Espresso’
Cecilia: há um residual de um bom café, mas acredito que a
torra esteja errada, talvez escura demais. Aqui ele está potencializado em
sabor. Também diminuiria um pouco o açúcar. Não consigo sentir as notas de um
grão do Sul de Minas, talvez por causa da gordura.
Gelma: É interessante, marcante. Não vejo problema de torra,
mas o açúcar em excesso mascara o café.
Luciana: É muito parecido com um chocolate de varejo em sua
consistência, mas não derrete fácil da boca, provavelmente por causa de gordura
hidrogenada. Não tem brilho e poderia ter menos açúcar. O aroma (olfato) é mais
interessante do que o sabor. Lembra bastante café.
Nenhum comentário:
Postar um comentário