O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, revelou nesta
terça-feira (2) a descoberta de um microfone oculto na embaixada do país em
Londres. No local está asilado há pouco mais de um ano o fundador do Wikileaks,
Julian Assange, contra a vontade das autoridades britânicas.
"Lamentamos informar que descobrimos um microfone
escondido em nossa embaixada em Londres", disse Patiño em entrevista
coletiva em Quito.
Segundo o "El País", o aparelho foi descoberto em
junho, antes da visita do ministro ao fundador do Wikileaks, Julian Assange e
com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, para
discutirem a situação do jornalista australiano, refugiado na embaixada
equatoriana em Londres.
Patiño ressaltou que não insinuava que esse aparelho tivesse
a ver com as denúncias sobre os programas de espionagem dos Estados Unidos e
que, uma vez que se conheça a origem do microfone, o país pedirá
"explicações" ao governo responsável.
"Creio que tem outra origem", afirmou o ministro,
acrescentando que exige "uma explicação razoável. Para ele, ou o microfone
foi roubado ou trata-se de uma ação de serviços de inteligência de determinado
governo".
Em entrevista coletiva, o chanceler disse que deve conversar
sobre o caso com o presidente equatoriano, Rafael Correa, e afirmou que dará
novos detalhes sobre o caso amanhã.
Naquele momento, disse o chanceler, a descoberta não foi
divulgada para evitar que o caso atrapalhasse os motivos de sua visita à
capital britânica e porque o governo quis obter mais informações sobre a origem
do aparelho. Ele foi colocado no escritório da então embaixadora, Ana Albán.
"Vamos pedir explicações imediatamente" às pessoas
suspeitas de estarem vinculadas com a origem da colocação do equipamento,
reiterou. Em sua opinião, a descoberta é outra confirmação da ausência cada vez
maior de ética nas relações atuais entre governos. "Existem infiltrados
por todos os lados", declarou Patiño.
Patiño lembrou que as denúncias de espionagem dos EUA
envolvem países como França e Alemanha, "que têm equipes de inteligência e
de segurança muitíssimo mais avançadas, desenvolvidas e experientes que o
Equador, mas, no entanto, foram alvos de espionagem".
Por isso, insistiu que o governo terá que aumentar a
segurança de suas comunicações "porque, claro, tudo o que falamos entre
nós está aparecendo publicamente", disse.
Fonte: Opera Mundi
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