Comissão deve começar a funcionar até a semana que vem. Governo do Paraná é contra investigação e
Três semanas depois de arquivar o pedido de abertura da
comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar as concessões do pedágio no
Paraná, o presidente da Assembleia Legislativa, Valdir Rossoni (PSDB), voltou
atrás e decidiu instalar a investigação. O requerimento havia sido enterrado
devido à retirada da assinatura por sete deputados, o que deixou o documento
sem o mínimo de 18 rubricas exigidas. No entanto, como Luiz Eduardo Cheida
(PMDB) está licenciado do cargo, Rossoni acatou o argumento de que ele não
poderia ter retirado o nome do pedido. A expectativa é que a CPI seja instalada
até semana que vem.
Protocolado com 24 assinaturas por Nelson Luersen (PDT), o
pedido da CPI do Pedágio aguardava instalação desde outubro do ano passado. No
entanto, quando estava prestes a sair do papel, sete parlamentares – todos
governistas – decidiram retirar a assinatura do documento, provocando o seu
arquivamento por falta de rubricas. Luersen, porém, argumentou que Cheida não
está no exercício do mandato, mas sim no cargo de secretário de Estado do Meio
Ambiente. Portanto, não poderia tomar qualquer ação como parlamentar.
“Devo respeito ao regimento interno da Casa. Baseado no
regimento, decidimos instalar a CPI”, justificou Rossoni. Questionado se a
pressão da opinião pública influenciou na decisão, o tucano respondeu que “tudo
tem influência”. Ele disse ainda que vai oferecer todas as condições para a
comissão funcionar plenamente. Antes, entretanto, convocou os líderes
partidários pedindo que a investigação seja responsável e não frustre as
expectativas da população. Isso porque outras CPIs sobre o mesmo tema não
encontraram nenhuma irregularidade nos contratos com as concessionárias.
Opiniões distintas
Provável presidente da comissão, Luersen comemorou a
instalação da CPI e pediu um voto de confiança ao trabalho dos nove deputados
que farão parte do grupo – os partidos devem indicar os nomes ainda nesta
semana. Ele disse que não haverá uma caça às bruxas na investigação, mas
ressaltou que o próprio Tribunal de Contas do Estado (TC) vem apontando
irregularidades na atuação das concessionárias. “Faremos uma CPI transparente e
com a participação do povo para mostrar a realidades dos pedágios no estado”,
defendeu.
Já o líder do governo, deputado Ademar Traiano (PSDB),
manteve a posição dele – e do Executivo – contrária à instalação da comissão.
Para o parlamentar, a investigação pode atrapalhar a negociação em andamento
com as concessionárias para a retomada de obras e uma eventual redução no preço
das tarifas. “Respeito a decisão da Presidência. Já que esse é o desejo, deixa
acontecer.”
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