A presidenta argentina, Cristina Fernández, inaugura nesta
quarta-feira (17) a 47ª edição da Cúpula do Mercado Comum do Sul, que busca
fortalecer seus mecanismos integradores e abrir-se mais ao mundo por meio de
acordos com outros blocos regionais.
O encontro ocorre em um momento de renovação política e de
dificuldades econômicas, em que o comércio entre os cinco membros registrou
queda de 20%, mas os governos vão reafirmar o compromisso com a integração
regional.
Ao chegar na terça (16) à noite na cidade de Paraná, na
província de Entre Rios, a mandatária destacou a realização da Cúpula como
acontecimento magno e recordou que passará a Presidência rotativa do bloco à
chefe de Estado brasileira, Dilma Rousseff.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao chegar a Paraná
disse que não se deve “deixar passar estes tempos de ouro que a região vive,
tempo que nos podem levar a uma nova história para nossos povos”. O chanceler
venezuelano, Rafael Ramírez, propôs que a Declaração Final da Cúpula repudie as
sanções comerciais contra seu país aprovadas pelo Senado norte-americano.
Na segunda-feira se realizaram dois encontros – o de
chanceleres, que ultimou a declaração final da reunião, e o do Conselho do
Mercosul, no qual participaram os ministros da área econômica dos países
membros.
A Argentina também preparou uma cartilha para o cidadão
comum, explicando o que é preciso fazer para circular livremente pelo bloco
econômico, conseguir trabalho, produzir e comercializar sem enfrentar travas.
Apesar dos avanços, ainda falta muito para que, por exemplo,
um brasileiro que estudou na Argentina consiga validar facilmente seu diploma
no Brasil, ou possa exercer a profissão em todo o Mercosul.
Em coletiva à imprensa, o chanceler argentino, Hector
Timerman, afirmou que o Mercosul talvez seja o caso mais exitoso de
relacionamento regional e que os críticos do bloco na verdade condenam a união
dos povos.
Ele defendeu a incorporação plena da Bolívia como membro
pleno do Mercosul, o que, em sua opinião, dotará o bloco "de uma força
ainda maior do que a que tem”. A entrada da Bolívia no Mercosul enfrenta a
resistência do Paraguai. Os governos dos outros países do Mercosul aprovaram o
ingresso da Bolívia, quando o Paraguai estava suspenso do bloco – por causa do
golpe contra o ex-presidente Fernando Lugo. Agora, o Paraguai quer renegociar
os termos de adesão e as delegações diplomáticas estão buscando uma fórmula de
consenso.
Se todos os governos estiverem de acordo, falta ainda a ratificação
parlamentar. Os congressos da Argentina, do Uruguai e da Venezuela já votaram a
favor. O Congresso brasileiro ainda não examinou a questão. Mas o principal
será conseguir o apoio do Paraguai.
Uma das medidas de integração a adotar na reunião vai a ser
a criação da placa do Mercosul, que todos os veículos novos do Brasil serão
obrigados a usar a partir de janeiro de 2016. Também está na agenda de debates
a criação do passaporte comum para os cidadãos dos países do Mercosul.
A Cúpula do Mercosul examinará o campo que pode ser aberto
aos países do bloco com um potencial convênio comercial com a União Econômica
Euro-asiática da qual participam a Rússia, Belarus e o Cazaquistão.
Do Portal Vermelho, com agências
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