Bilionário norte-americano ameaça parar com doações caso o
Papa Francisco continue a criticar o capitalismo e discursar em defesa dos mais
pobres
O bilionário Kenneth Langone, fundador da Home Depot,
empresa varejista norte-americana de produtos para casa, enviou um aviso ao
Papa Francisco durante uma entrevista no canal CNBC: pessoas “como ele” estão
se sentindo ofendidas com as mensagens do Vaticano em apoio aos mais pobres.
Para completar, disse que se o Pontífice continuasse a fazer
declarações contra o capitalismo, ele iria parar com as doações que realiza.
Em um discurso realizado no Brasil em julho, o Papa
Francisco pediu para “aqueles que têm posse de grandes recursos” não pararem de
lutar por um mundo mais justo e solidário. “Ninguém deve se manter insensível
em relação à desigualdade que enfrentamos”, afirmou Francisco.
Conservadores incomodados
Na era Reagan, os republicanos conservadores sentiam que
tinham no Papa João Paulo II um poderoso aliado, pois sua enérgica postura
anticomunista e contra o aborto era levada a cabo na política americana.
Os conservadores de hoje estão apreensivos em relação ao
Papa Francisco, que não modificou as doutrinas, mas modificou o tom e a cultura
da Igreja Católica em menos de dois anos de pontificado. Ele enfatiza, com
veemência e autenticidade, mais um compromisso com a pobreza e com a
desigualdade de renda do que com as questões sociais que dominaram grande parte
do debate católico nos EUA.
O papa ajudou a intermediar o recente descongelamento das
relações entre os EUA e Cuba, para consternação de conservadores como o senador
da Flórida, Marco Rubio. Francisco agora está decidido a fazer com que a
mudança climática seja um imperativo moral para os 1,2 bilhão de católicos do
mundo.
Isso não quer dizer que Francisco seja o papa dos sonhos dos
democratas liberais: “Ele está desafiando a todos”, disse Carr, que agora
dirige a Initiative on Catholic Social Thought and Public Life na Universidade
de Georgetown. “A maioria dos democratas não falava sobre pobreza”.
Visita aos EUA
O papa visitará os EUA em setembro. Ele irá a Filadélfia, a
Nova York e, provavelmente, a Washington. Se assim for, ele pretende visitar a
Casa Branca, e também algum refeitório popular ou algum outro lugar que atenda
os pobres. E poderia aceitar o convite do presidente da Câmara, John Boehner,
para ser o primeiro pontífice a discursar em uma sessão conjunta do Congresso.
Em privado, alguns republicanos de direita resmungaram por
causa desse convite, mas eles não podem fazer nada. Não é difícil imaginar o
momento excepcional no Capitólio quando democratas que defendem o aborto se
contorcerem ao ouvir o papa celebrar a santidade da vida e republicanos se remexerem
ao ouvir o Sumo Pontífice falar de justiça social e da desigualdade de renda.
Via Pragmatismo Político
Via Pragmatismo Político
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