Copiei a linda imagem daqui
Eu estava no Centro Cívico na tarde hoje, no meio daquele mar de trabalhadoras(es) da educação, e vi uma das mais emocionantes demonstrações de coragem - e olhe que já vi muita coisa nas nossas greves da Petrobras - quando aquele mar de gente enfrentou a Polícia Militar e reafirmou a ocupação da Assembleia Legislativa, obrigando os ratões que apoiam Beto Engomadinho Richa a encerrar a sessão.
Este velhote, que estava presente no dia 30 de agosto de 1988, quando o calhorda do Álvaro Dias soltou a cavalaria contra o povo da educação, sente-se feliz pelo privilégio de ter testemunhado o dia 12 de fevereiro de 2015, outro momento histórico.
Quero manifestar meu respeito incondicional às companheiras e aos companheiros que dirigem a APP, vocês são lindos, vocês me comovem, vocês são foda!
Escolhi estes textos que, a meu juízo, explicam muito bem os amplos signos que relampeiam nos céus da luta permanente do povo brasileiro.
Copiei de Roberto Elias Salomão
A monumental vitória dos trabalhadores da educação e demais servidores estaduais combina-se com a estrondosa derrota de Beto Richa e seus apoiadores. A conclusão óbvia é que Richa e trabalhadores são incompatíveis.
Em quatro dias, Richa viu sua base de apoio parlamentar implodir (perdeu 15 deputados) e os que lhe ficaram fiéis (?) se desmoralizarem; foi marcado como caloteiro; e ele próprio marcou os deputados como subservientes, que tudo fazem para agradar o seu senhor. Mas o pior para ele foi ter provocado uma reação de massa que há muito não se via por aqui.
Isso é o mais importante, o outro lado, o nosso lado. Quem viu aquela massa aguentar três dias de ocupação do plenário, com todo o desconforto, quem viu o cerco à Assembleia hoje, debaixo de um sol escaldante; quem viu a enorme bravura desses trabalhadores ao derrubar pela segunda vez os portões da Assembleia e fazer recuar o bloqueio policial, debaixo dos gases lacrimogêneo e de pimenta, das balas de borracha e dos cães; quem viu o grito de “vitória!” na boca de milhares de pessoas; quem viu tudo isso não esquece. E agradece. A gente precisa disso para continuar viva.
Comparem essas demonstrações de grandeza com o festival de covardia e pusilanimidade proporcionado pelo governador e seus amigos, e terão a exata noção da terrível luta que se trava hoje. É uma questão de sobrevivência, para ambos os lados. Resta escolher o lado. Quem ainda tem dúvidas, não vai ficar nessa situação por muito tempo. A realidade não vai permitir.
A RESISTÊNCIA DERROTOU A INEXORABILIDADE DO AJUSTE
O dia 12 de fevereiro ficará marcado, para o Paraná e o país, como a data que celebrou a derrota do discurso da inevitabilidade dos cortes - de um lado só - para garantir o equilíbrio das contas públicas.
Trabalhador@s em educação do Paraná, em luta contra o desmonte da escola pública e a redução de direitos trabalhistas, galvanizaram apoios entre os mais variados movimentos e setores sociais.
A aula pública de cidadania espraiou-se por praças e ruas, em cada canto do estado.
Contudo, sempre havia o risco e o medo da derrota.
Afinal, a institucionalidade é poderosa. Beto Richa tem maioria no parlamento, tem a força policial e recebeu apoio do Judiciário para manter a sessão fora do ambiente do plenário da Assembleia, ocupado pelos persistentes manifestantes, há três dias e noites.
Além de tudo, o clima geral de necessidade de ajuste fiscal e "esforço cívico" colocava os trabalhador@s na condição de algozes do Estado.
Mas el@s teimaram com garra e coragem. Transformaram a dor da humilhação e da desvalorização em combustível da organização. Ao somarem forças, ganharam apoios, e os milhares de lutador@s reencontraram-se com muitos mais.
Em meio a bombas e gás de pimenta, empurraram com a força da determinação o cordão de isolamento da PM, que recuou.
Abriram caminhos e romperam os muros.
Os deputados, em maioria para decidir os destinos dos servidores, tremeram, esconderam-se e não resistiram.
A sessão foi suspensa. Os projetos foram retirados.
A onipotência da correlação de forças da governabilidade institucional viu-se tonta diante da mobilização e unidade social.
Que esta seja uma lição entoada em cada canto deste país, nas lutas que seguirão.
Que esta seja uma lembrança a ser recordada pelos educador@s a cada dia do seu suado trabalho.
Vocês não estão sós.
Nós não estamos sós e nos inspiramos na coragem de vocês.
Hoje e nos dias que virão, todos queremos ser "trabalhador@s em educação do Paraná".
A lição marxiana do "tudo que era sólido se desmancha no ar" encontrou sua realização nos gramados e galerias da Assembleia Legislativa do PR, prenhe de esperança e ousadia, trazida pela luta, cada vez mais coletiva.
Copiei de Andrea Caldas
Via O Ornitorrinco
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