A APP-Sindicato, que congrega professores e funcionários de
escolas do Paraná, anunciou que levará sozinha às ruas, nesta quarta (25), 30
mil pessoas em protesto contra o governo de Beto Richa (PSDB). Outras
categorias do serviço público também em greve no estado, como servidores,
alunos e docentes das universidades, bem como trabalhadores das secretarias de
agricultura, saúde, servidores da Justiça e do Tribunal Faz de Contas, etc.,
deverão colocar mais vinte mil na marcha de amanhã rumo ao Palácio Iguaçu.
Paralelo ao movimento das praças e ruas, o governo tucano
convocou o time da propaganda visando criminalizar os funcionários públicos.
Marqueteiros pagos a peso de ouro se debruçam desde o último domingo (22) sobre
uma estratégica de enfrentamento com grevistas na mídia. É a batalha da
comunicação, que até agora Richa perdeu de goleada na opinião pública. A ideia
de Richa, que já tentou carimbar professoras de “baderneiras”, seria vender a
tese de que está cortando “privilégios” dos educadores, por isso a grita
corporativista.
Em outro front da batalha da comunicação, o Palácio Iguaçu
espalha que já teria chegado a um “acordo secreto” com a direção da
APP-Sindicato, que, após a marcha dos 50 mil até o Centro Cívico, anunciaria
acordo com o governo e, concomitantemente, o fim da greve que completará amanhã
17 dias.
Segundo um palaciano, o governo assumiria o compromisso de
não reencaminhar o ‘pacote de maldades’ de uma só vez à Assembleia Legislativa.
Seria enviado pelo método “Jack Estripador”, em partes, sem transformar o
plenário em comissão geral (tratoraço). Entretanto, a alma dos projetos
continuaria sendo a mesma que provocou a ocupação da Assembleia duas vezes: a
retirada de conquistas e o confisco de R$ 8 bilhões da poupança previdenciária
dos servidores públicos.
O objetivo em prolongar o debate acerca da Previdência,
ainda segundo o palaciano, seria tirar dos ombros da APP-Sindicato o peso da
responsabilidade pela manutenção da greve por uma bandeira (aposentadorias e
pensões) que diz respeito a todo o funcionalismo. Ou seja, a pauta seria
submetida ao Fórum de Entidades Sindicais (FES), que congrega 17 sindicatos.
Dessa forma, caso os educadores tirassem o corpo fora da questão
previdenciária, calcula o Palácio Iguaçu, dividiria o movimento paredista que
abala o governo Beto Richa.
“Não é verdade”, desmentiu o professor Celso Santos, diretor
de secretarias municipais da APP-Sindicato. Ele ironizou a contrapropaganda
governista: “Será que eles têm bola de cristal?”, questionou, ao confirmar que
uma terceira reunião está agendada para amanhã, a partir das 10 horas, no
Palácio Iguaçu.
Via - Blog do Esmael
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