Em turnê em Londres (Reino Unido), o rapper paulistano
Criolo concedeu, no último domingo (24), uma entrevista à BBC Brasil em que se
posiciona contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e ainda faz fortes
críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Não concordo [com o impeachment de Dilma Rousseff]. Se
fosse pelos motivos certos, sim. A questão não é limpar o país da corrupção.
Parece que descobriram que só há corrupção agora. Mas o presidente da Câmara é
o primeiro parlamentar citado na Lava Jato”, disse o músico, que na volta ao
Brasil fará uma turnê do seu primeiro álbum, o “Ainda há tempo”.
De acordo com Criolo, uma parte da sociedade se aproveita do
momento de crise, articulado por pessoas “inteligentes, que têm na mão um
regimento e sabem como mexer com esse regimento”, para trazer à tona um clima
de ódio que fortalece, por exemplo, a homofobia, a xenofobia e o racismo.
“Os caras fizeram uma manobra monstra, monstra, e que se
exploda a favela. Que morra todo mundo: acho que é isso que passa na cabeça dos
caras, talvez com um pouco mais de poesia e vernáculo mais apurado”, explicou.
Para o rapper, esse clima de ódio só foi “criado e
alimentado porque existe uma elite”, e quem paga o preço pela corrupção são os
mais vulneráveis.
“Cada corrupto que se dá bem é um moleque da minha quebrada
que é assassinado, que se envolve com o que não tem que se envolver (…) Quando
morre um, ninguém está lá com a mãe, descendo o caixão para a vala. O Cunha não
está lá descendo o caixão para a vala”, pontuou.
Ao longo da conversa, apesar de se esquivar de fazer uma
avaliação do governo, Criolo fez questão de recordar legados do governo
petista. “Nunca vi na minha vida tanta gente tendo oportunidade de estudar na
universidade”, disse.
Fonte: Revista Fórum
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