O plenário do Senado elegeu ontem (25) os 21 titulares e 21
suplentes da comissão especial que vai examinar o processo de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff. A instalação oficial do colegiado, com a eleição do
presidente, do vice e do relator, está prevista para esta terça-feira (26),
para as 10h. O senador Raimundo Lira é o indicado pelo PMDB para presidir a
comissão do impeachment no Senado.
Os nomes indicados para compor a comissão foram aprovados, em sessão deliberativa do Senado, nesta segunda-feira (25). Hoje (26), serão eleitos o presidente e o relator.
Após a instalação da comissão, começa a contar o prazo de
dez dias úteis para que o relator apresente o parecer sobre a admissibilidade
da abertura do processo. O parecer precisa ser votado pelos integrantes do
colegiado e a aprovação se dá por maioria simples.
Qualquer que seja o resultado da votação na comissão, a
decisão final cabe ao plenário do Senado, que é soberano. No plenário, o
parecer da comissão será lido e, após 48 horas, votado nominalmente pelos
senadores. Para ser aprovado, é necessária a metade mais um dos votos dos
senadores presentes, desde que votem pelo menos 41 dos 81 senadores. Por
exemplo, se 75 senadores estiverem presentes, serão necessários 38 votos para o
processo de impeachment ser aceito na Casa.
Conheça quem são os senadores titulares da comissão:
PMDB
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Indicado pelo PMDB para presidir a Comissão do Impeachment
no Senado, Raimundo Lira está na sua segunda legislatura como senador. Ele já
havia ocupado o cargo entre os anos de 1987 e 1994. À época, ele foi eleito
pelo PMDB. Mas em 1989, foi para o PRN (partido no qual Fernando Collor se
elegeria presidente). Em 1994, tentou a reeleição pelo PFL e perdeu. Depois
deste período, ficou afastado da política. Em 2010, ele entrou como suplente de
Vital do Rêgo Filho. Lira assumiu a cadeira no Senado após Vital ir para o TCU
em 2014.
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Mineira de nascimento, Rose de Freitas está no Senado
representando o estado do Espírito Santo desde 2015 (eleita). Antes, ela havia
sido eleita para diversas outros cargos. Em 1982, foi deputada estadual pelo
PMDB. Em 1986, virou deputada federal. No meio do mandato, foi para o PSDB. Se
reelegeu em 1990 e perdeu as eleições estaduais em 1994. Rose acabou voltando à
Câmara dos Deputados como suplente em 1998 e como titular em 2002. Em 2006, ela
voltou ao PMDB e conseguiu se reeleger em 2006 e 2010.
Simone Tebet (PMDB-MS)
Simone é filha do ex-presidente do Senado Ramez Tebet (que
morreu em 2006). Com 46 anos, ela está na primeira legislatura como senadora,
mas tem um currículo longo no Mato Grosso do Sul. Foi eleita deputada estadual
em 2002, prefeita de Três Lagoas (MS) em 2004 e 2008 e vice-governadora do
estado em 2010.
Dário Berger (PDMB-SC)
Convocado para a comissão de última hora, na vaga de José
Maranhão (PMDB-PB), Dário Berger foi ex-prefeito das cidades de São José
(1997-2004) e Florianópolis (2005-2012). Antes de integrar o PMDB, ela era do
PFL. Além de político (desde 1989), Berger é administrador de empresas.
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Senador desde 2011 pelo Mato Grosso do Sul, Waldemir Moka
começou a carreira política em 1983 quando foi vereador em Campo Grande.
Depois, foi eleito deputado estadual por três mandatos. Em 1999, se elegeu
deputado federal e foi reeleito por duas vezes. Todas as eleições de Moka foi
representando o PMDB. Além de político, ele é médico.
Bloco Parlamentar da Oposição
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Um dos nomes mais fortes do PSDB atualmente, Aloysio Nunes
lutou contra a ditadura militar e chegou a ser exilado do país por participar
de movimentos contrários ao regime. Depois de ser filiado ao PCB, ele ajudou a
fundar o PMDB e entrou no PSDB em 1997. Foi ministro do governo Fernando
Henrique Cardoso. É senador desde 2007 e em 2014 foi vice de Aécio Neves na
disputa da Presidência da República. O senador também é citado na Operação Lava
Jato da Polícia Federal.
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Ex-governador de Minas, Antonio Anastasia trabalhou por mais
de dez anos na administração pública do estado e do governo federal antes de
entrar para a política. A primeira eleição foi como vice da chapa de Aécio
Neves (também senador por Minas Gerais) em 2006. Com a saída de Aécio para
concorrer ao Senado, Anastasia assumiu o governo. Em 2010, ele foi reeleito.
Ficou como governador até 2014, quando se elegeu senador.
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Filho do ex-governador Ronaldo Cunha Lima, Cássio tem uma
extensa carreira política na Paraíba. Além da eleição para o Senado, em 2014,
ele já acumulou três eleições para prefeito de Campina Grande e duas eleições
para governador. Na última vez que foi governador, ele acabou cassado por
irregularidades nas eleições. Cunha Lima começou a carreira política no PMDB.
Em 2001, ele foi para o PSDB, partido que está até hoje.
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Senador desde 2015 (eleito em 2014), Caiado teve a primeira
aparição política como candidato à Presidência da República. Ele concorreu ao
cargo em 1989, quando ficou em 10º lugar. No ano seguinte, foi eleito deputado
estadual. Ele ficou no cargo por cinco legislaturas. Caiado é um dos líderes da
bancada ruralista no Congresso. Em seu site oficial, há a informação de que ele
foi o criador oficial da bancada.
Bloco de Apoio ao Governo
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Senadora pelo Paraná desde 2011, Gleisi Hoffman se filiou ao
PT em 1989. Durante alguns anos, trabalhou na administração pública no Paraná
(inclusive na Hidrelétrica Itaipu) e em Mato Grosso do Sul. Em 2006, tentou
eleição para o Senado, mas perdeu. Em 2008, tentou a disputa pela prefeitura de
Curitiba, mas também foi derrotada. Em 2011, Gleisi assumiu como ministra-chefe
da Casa Civil, cargo que ficou até 2014. Ela é uma das investigadas na Operação
Lava Jato, da Polícia Federal.
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Senador desde 2011, Lindberg Farias já havia ocupado os
cargos de prefeito de Nova Iguaçu e deputado federal pelo Rio de Janeiro. O
senador, que foi um dos símbolos do movimento dos caras-pintadas, foi filiado
ao PCdoB e ao PSTU antes de entrar no PT em 2011. Lindbergh também é
investigado na Operação Lava Jato.
José Pimentel (PT-CE)
Bancário aposentado, Pimentel é senador desde 2011, José
Pimentel havia sido, por quatro oportunidades, deputado federal pelo Ceará. Em
2008, ele assumiu o Ministério da Previdência Social do governo Lula. Pimentel
ficou por dois anos no cargo. Atualmente, ele é líder do governo no Congresso
Nacional.
Telmário Mota (PDT-RR)
Bloco Parlamentar Socialismo e Democracia
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Foi eleito deputado estadual em 1982. Em 1986 e 1990,
elegeu-se deputado federal. Em 1992, chegou à prefeitura de Petrolina, que
voltou a ocupar após vencer os pleitos de 2000 e 2004. Em 2007, assumiu a
Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco no governo de Eduardo
Campos. A partir de 2011, foi ministro da Integração Nacional, no primeiro
mandato de Dilma Rousseff, até outubro de 2013. Assumiu a vaga no Senado de
Jarbas Vasconcelos, após ser eleito em 2015.
O senador é um dos investigados na Operação Lava jato.
Romário (PSB-RJ)
Romário é um dos senadores mais conhecido na atualidade. Antes de ocupar a cadeira no Congresso, ele foi campeão mundial pela Seleção Brasileira de futebol em 1994 e melhor jogador do mundo. A mudança dos campos para a política veio em 2011, quando foi eleito deputado federal. Ele ocupa o cargo de senador desde 2015. Dentro do Congresso, preside a CPI do Futebol.
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
É filiada ao PCdoB desde 1980. Foi vereadora em Manaus entre
1989 e 1999 e deputada federal por três mandatos consecutivos — de 1999 a 2011,
quando elegeu-se ao Senado. Ocupa a função de primeira procuradora especial da
Mulher no Senado. É líder do PCdoB e titular de 13 comissões e conselhos na
Casa.
Bloco Parlamentar Democracia Progressista
Ana Amélia (PP-RS)
Foi eleita pelo Rio Grande do Sul em 2010, com 3,4 milhões
de votos. É titular de sete comissões -- entre as quais estão a Comissão
Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher; a Comissão de
Agricultura e Reforma Agrária e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional. É , ainda, suplente de outras três. Exerce a função de
vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte e integra a
Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul. Em 2014, concorreu ao
governo gaúcho.
José Medeiros (PSD-MT)
José Medeiros assumiu cadeira no Senado por ser primeiro
suplente de Pedro Taques, empossado governador de Mato Grosso em 2015. Chegou a
ser candidato a deputado federal pelo PPS em 2010, mas acabou desistindo para
compor a suplência de Pedro Taques na disputa pelo Senado. Antes de assumir a
cadeira na Casa, Medeiros foi presidente do PPS em Rondonópolis (MT). Em março
de 2016, filiou-se ao PSD.
Gladson Cameli (PP-AC)
Em sua carreira política, já foi filiado ao PFL e ao PPS. Em
2006, no PP, foi eleito deputado federal, sendo reeleito quatro anos depois.
Conquistu a vaga de senador com 58,37% dos votos válidos e assumiu a vaga de
Anibal Diniz. É investigado na Operação
Lava Jato da Polícia Federal.
Bloco Moderador
Wellington Fagundes (PR-MT)
Fagundes foi,por seis mandatos, deputado federal antes de
ser eleito senador. No último pleito, em 2014, Wellington Fagundes foi eleito
senador da República, com 646.344 votos e assumiu a vaga de Jayme Campos. É
vice-líder do Governo, líder do PR no Senado, presidente da Comissão Senado do
Futuro (CSF) - e presidente da Frente Parlamentar de Logística de Transportes e
Armazenagem (Frenlog).
Zezé Perrella (PTB-MG)
José Perrella de Oliveira Costa é empresário e chegou ao
Senado em 2011, após a morte do titular do mandato, Itamar Franco. Sua vida pública está ligada à presidência do
Cruzeiro Esporte Clube, exercida de 1995 a 2002 e de 2009 a 2011. Foi eleito
deputado federal em 1998 pelo PFL e deputado estadual em 2006 pelo PDT. Desde
março de 2016, está no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
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