O ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer entregou ao
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um relatório onde mostra “a
existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São Paulo durante os
governos (Mário) Covas, Alckmin e (José) Serra, e que tinha como objetivo
principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM”. Apesar de o relatório
ter sido entregue no dia 17 de abril, somente hoje, a informação veio a
público, a partir de uma matéria d’O Estado de S. Paulo, dos jornalistas Fernando
Gallo, Ricardo Chapola e Fausto Macedo.
Rheinheimer diz ter provas e dá nome e sobrenome dos
políticos tucanos que receberam propinas das empresas do cartel dos trens. Os
“propineiros tucanos” fazem parte da Cúpula do PSDB. E essa é a primeira vez
que os políticos são nominalmente citados no esquema de corrupção.
O ex-diretor esteve à frente da divisão de Transportes da
Siemens até março de 2007, sendo que trabalhou por 22 anos na empresa. Ele é um
dos seis denunciantes que topou contar tudo o que sabe em troca de redução de
possíveis condenações, no acordo de leniência.
O documento trazido por Rheinheimer faz menção ao senador
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), os secretários estaduais José Aníbal
(Energia), também deputado (PSDB-SP), e Jurandir Fernandes (Transportes
Metropolitanos). Todos homens fortes do tucanato. Aloysio Nunes estava sendo
cotado para ser vice de Aécio. O senador já foi alvo de denúncias em 2010, por
sua ligação com Paulo Preto, o homem de confiança dos tucanos paulistas,
acusado de sumir com quatro milhões de reais do “caixa 2” da campanha de
Serra.
O ex-diretor da Siemens cita ainda o secretário de
Desenvolvimento Econômico de Alckmin, Rodrigo Garcia. Ele era o homem forte do
ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e é deputado federal licenciado pelo
DEM-SP. A máfia dos auditores fiscais na capital paulista, denunciada pelo
governo Fernando Haddad, utilizava uma sala comercial para arrecadar propinas
de construtoras, alugada em nome de Marco Aurélio Garcia, irmão de Rodrigo. Em
menos de um mês, o secretário de Alckmin aparece envolvido em dois casos de
corrupção, e continua no cargo.
Rheinheimer afirma ainda que o secretário da Casa Civil do
governo Geraldo Alckmin, deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), era um dos
que recebiam propina das empresas suspeitas de participar do cartel dos trens
de São Paulo. É o Zé Dirceu de Alckmin.
As denúncias foram anexadas ao inquérito que investiga o
cartel dos trens. Será que o Ministério Público vai arquivar na pasta errada
como o procurador da República Rodrigo de Grandis fez com o pedido de
investigação do acusados da Suíça?
Via – Terra Brasilis
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