Às 23h07 deste domingo, a oposição atingiu o número de 342
votos necessários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, que poderá ser
cassada sem ter cometido crime de responsabilidade.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria, foi o
deputado que deu o voto decisivo, o último necessário para o golpe, quando eram
contabilizados 135 votos contrários ao impeachment.
Agora, o processo será encaminhado ao Senado, onde será
instalada uma comissão especial. Se vier a ser aprovada pelo plenário, Dilma, a
primeira mulher presidente, será afastada por 180 dias e o vice Michel Temer
assumirá a presidência até o julgamento também pelo Senado.
Leia mais na reportagem da Agência Brasil:
Câmara aprova abertura de impeachment de Dilma; processo
segue para o Senado
Iolando Lourenço - O plenário da Câmara dos Deputados
aprovou hoje (17) a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma
Rousseff. A votação ainda não terminou, mas já atingiu os 342 votos favoráveis
necessários para dar continuidade ao processo de afastamento da presidenta.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) deu o 342º voto pelo
andamento do impeachment, que agora será analisado pelo Senado Federal. Trinta
e seis deputados ainda não votaram. O quórum no painel eletrônico do plenário
da Câmara registra 511 parlamentares presentes na sessão. Até o placar que
definiu a abertura do impeachment, 127 deputados votaram "não" e seis
se abstiveram. Dois parlamentares não compareceram.
A votação
A sessão de hoje foi aberta às 14h pelo presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após manifestações do relator da Comissão
Especial do Impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), de líderes
partidários e representantes da minoria e do governo, a votação começou por
volta de 17h45.
Os deputados foram chamados a votar de acordo com ordem
definida no regimento interno da Câmara, da região Norte para a Sul do país. O
primeiro a votar foi o deputado Abel Galinha (DEM-RR), que disse
"sim" ao impeachment.
A discussão do parecer sobre a abertura de processo de
impeachment de Dilma, que antecedeu a sessão de hoje, começou na última
sexta-feira (15), durou mais de 43 horas ininterruptas e se tornou a mais longa
da história da Câmara dos Deputados.
Histórico
Antes de chegar ao plenário, na Comissão Especial do
Impeachment, o relatório de Arantes pela admissibilidade do processo foi
aprovado com placar de 38 votos favoráveis e 27 contrários. O pedido de
impeachment, assinado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio
Bicudo, foi recebido por Cunha em dezembro de 2015.
O pedido teve como base o argumento de que Dilma cometeu
crime de responsabilidade por causa do atraso nos repasses a bancos públicos
para o pagamento de benefícios sociais, que ficaram conhecidos como pedaladas
fiscais. Os autores do pedido também citaram a abertura de créditos
suplementares ao Orçamento sem autorização do Congresso Nacional como motivo
para o afastamento da presidenta.
Collor
Na votação do impeachment do ex-presidente Fernando Collor
de Mello, em 1992, estiveram presentes 480 dos 503 deputados que compunham a
Câmara na época. O placar na ocasião foi de 441 votos favoráveis ao
impeachment, 38 contrários. Houve 23 ausências e uma abstenção.
Via - Brasil 247
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