A compilação do IBGE revela os nomes mais frequentes por
décadas de nascimento. A partir dos anos 2000, por exemplo, se tornaram
populares nomes como Cauâ, Rian, Enzo, Kailane e Sophia.
BRASÍLIA - Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) revela que o nome próprio mais comum no Brasil é Maria.
Segundo o órgão, 11,7 milhões de brasileiras tem esse nome.
É mais que o dobro de pessoas chamadas José, o nome de 5,7
milhões de homens brasileiros. A informação é do Projeto Nomes no Brasil,
divulgado ontem.
Baseado no Censo de 2010, o levantamento compilou 130.348
nomes, durante as entrevistas em domicílios, sendo a maioria nomes de mulheres:
72.814 – que representam mais da metade da população do país. O terceiro nome
mais comum no país também é de mulher: Ana.
A compilação do IBGE revela os nomes mais frequentes por
décadas de nascimento desde 1930, permitindo saber quais entraram e saíram de moda
em cada período da história.
A partir dos anos 2000, por exemplo, se tornaram populares
nomes como Caua, Rian, Enzo, Kailane e Sophia – grafado da mesma forma que o da
atriz italiana, ícone do cinema, Sophia Loren.
O coordenador do Projeto Nomes do Brasil, Carlos Lessa,
confirma que os famosos influenciam as escolhas das famílias brasileiras, mas
que essa relação nem sempre é clara.
“Não temos certeza absoluta que é por esse fenômeno, mas tem
indício. Por exemplo, Romário teve um crescimento na década de 1990, mas depois
veio caindo, o que nos leva a crer que é por causa da Copa do Mundo, do momento
do jogador, mas é sempre uma suposição”, ponderou.
Outra influência que parece ter vindo da televisão, na
década de 1990, quando a novela Explode Coração foi ao ar na TV Globo, é o nome
Dara, da personagem principal – interpretada por Teresa Seiblitz– , que cresceu
4.592% depois da novela em relação à década anterior.
Segundo Lessa, no caso de Dara, a relação parece ser mais
forte, porém não está clara, como no caso de Sophia, quando a atriz italiana
fez mais sucesso antes de 2000.
Para o coordenador, está confirmado que os brasileiros se
inspiram em nomes biblícos. Os nomes que fazem referências ao cristianismo
nunca saem do topo do ranking, como José, João, Francisco, Pedro, Paulo e
Lucas. “Gabriel vem logo depois, demonstrando que a influência cristã é muito
forte nos nomes”.
NOMES AO LONGO DAS DÉCADAS - Ao longo dos anos, alguns nomes
passaram a fazer menos sucesso. No caso das mulheres, Marcia, Adriana e Juliana,
frequentes nas décadas de 1960, 1970 e 1980, foram substituídos por Jessica,
nos anos 1990, e Vitoria em 2000, embora Maria e Ana, sempre aparecem entre os
preferidos.
Neusa e Terezinha, frequentes na década de 1950, perderam
espaço. Assim como Alzira, Oswaldo e Geralda, recorrentes nas primeiras décadas
do século 20.
Para homens, Jose e Antonio, que eram os mais populares até
1980, perderam lugar para Lucas na década de 1990 e João nos anos 2000. Gabriel
também apareceu mais recentemente.
No levantamento, o IBGE não considerou sinais como acentos e
cedilha. A perspectiva do órgão é aprofundar a pesquisa dos nomes no próximo
Censo, previsto para 2020. (Fonte: Isabela Vieira, da Abr)
Via - Diário do Noroeste
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