"Diante da crise fiscal, os governos têm proposto cortes em
saúde, educação, cultura, habitação, transporte, programas sociais, direitos
previdenciários e trabalhistas da maioria do povo em prol de uma minoria com
muito poder político e muito dinheiro."
Por POEMA - POLÍTICA ECONÔMICA DA MAIORIA
Grandes empresários desfilam pintados de verde-amarelo como
defensores dos interesses da maioria, como se, no geral, eles não pagassem
menos impostos que os mais pobres e como se muitos deles não fossem grandes
sonegadores.
As trabalhadoras e trabalhadores, que efetivamente pagam o
pato e que deveriam ter com isso um retorno sob a forma dos direitos sociais,
se veem impotentes ou desconhecem o desvio desses recursos para o pagamento da
dívida pública. Assim, o "ajuste das contas" para pagar a banqueiros
e rentistas uma dívida imoral e ilegal passa nos noticiários como se fosse
interesse de toda a sociedade.
Face a isso, surge a Política Econômica da Maioria (POEMA),
movimento autônomo que irá lutar por justiça social por meio da difusão e
popularização de medidas fiscais e tributárias que financiem os direitos.
Num país em que 5% da população detém mais riqueza do que os
95% restantes, lutaremos pela organização da maioria em prol de seus próprios
interesses.
Lutaremos por uma Reforma Fiscal que ataque os grandes
sonegadores de impostos e que altere a política de cobrança das dívidas ativas.
Estima-se que o Brasil deixe de recolher em torno de R$ 500 bi por ano por
causa da sonegação, e a classe trabalhadora não sonega impostos, pois contribui
por meio do consumo e de desconto em folha de pagamento. Não é aceitável que o
Estado fale grosso com a maioria que luta por direitos e fale fino com a
minoria que lhe deve quantias bilionárias.
Outra medida fiscal central será uma auditoria da dívida
pública para identificar o que é ou não devido em uma dívida que quanto mais
pagamos mais cresce, tendo consumido só no ano passado mais de R$ 510 bilhões
em juros (o que equivale a mais que o dobro de tudo o que foi gasto com saúde e
educação somados).
Não faltam opções para que o governo sane o déficit de R$
30,5 bi previsto para 2016 em suas contas sem sacrificar o que é de interesse
da maioria!
Lutaremos também por uma Reforma Tributária que produza
maior arrecadação de quem tem mais, menos de quem tem menos e que financie o
bem-estar da maioria, que é a população trabalhadora que faz com que tudo
funcione e merece uma vida digna.
Lutaremos para que os movimentos sociais combativos tenham
maior participação na confecção dos orçamentos públicos e maior controle de sua
execução, medidas indispensáveis para que alcancemos uma democracia de verdade.
Lutaremos junto às pessoas comuns, pela vida em comum e em
comunhão com os movimentos sociais de sem-teto, sem-terra, estudantes,
professores e professoras de escolas públicas, trabalhadores e trabalhadoras da
saúde pública e da assistência social. Lutaremos ao lado de todos os que
dependem de serviços públicos, gratuitos e de qualidade e que contribuem para
isso, mas para quem o Estado costuma estender o braço repressor ao invés da mão
que auxilia. Lutaremos ao lado dos que lutam por um transporte público de
verdade, até o fim da última catraca. Lutaremos junto às populações indígenas,
quilombolas e ribeirinhas que lutam por demarcação de terras. Lutaremos junto
às trabalhadoras negras, que são as que mais pagam impostos, que são chefes de
família e que são as que recebem os mais baixos salários. Lutaremos ao lado dos
gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais e travestis, pois somos indiferentes
às diferenças e lutaremos por igualdade real entre todos e todas.
Se nada disso for atendido, se nossa agenda for distorcida
pelos poderosos ou se dessa luta apenas conseguirmos migalhas, ainda assim
continuaremos lutando, movidos pela urgência da justiça e seguros de nossa
imensa desilusão.
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POEMA - POLÍTICA ECONÔMICA DA MAIORIA
Para mais informações: www.poema.info
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