Em protesto contra o Estatuto do Nascituro, a Bolsa Estupro
e a "cura gay" – propostas em andamento no Congresso Nacional -, a
manifestação da Marcha das Vadias, em maioria mulheres, ocupou neste sábado
(22) o centro de Brasília. A manifestação também sugere que as mulheres quebrem
o silêncio e denunciem a violência a que são submetidas.
Munidas de faixas e cartazes, os participantes pediram que a
sociedade reconheça a autonomia da s mulheres sobre seus próprios corpos e
combata a ideia de que a roupa ou o comportamento justifiquem violência contra
elas.
Aos gritos de “vem pra rua contra o machismo” e “a violência
contra mulher não é o mundo que a gente quer”, os participantes se comportaram
de forma pacífica, segundo a PM. Efetivo de 100 policiais militares acompanha o
protesto.
Uma das organizadoras da manifestação, a socióloga Bárbara
Amaral, destaca que a passeata é “um trabalho de formiguinha”. Segundo ela, a
sociedade precisa unir forças contra o preconceito. A integrante do movimento
também defende a “construção de solidariedade feminina em prol de uma sociedade
igualitária”.
Bárbara destacou ainda que o Congresso Nacional “quer
retroceder direitos já conquistados”. E acrescentou: “Esse discurso conservador
é extremamente preocupante. Não podemos retroceder em vários direitos que já
conquistamos. Queremos que o Estado nos deixe ter direitos e escolhas sobre
nosso próprio corpo. Queremos também a descriminalização do aborto”,
acrescentou.
A professora Márcia Acioli, 53 anos, também marchou
reivindicando o direito das mulheres. “Essas manifestações são importantes para
educar a população. É um clima de comunhão e respeito”, comentou.
O jornalista Miguel dos Anjos, 56 anos, apoiou a iniciativa.
“Temos que defender o direito das mulheres. São elas que puxaram vários
movimentos e é muito importante nós participarmos também”, comentou.
Além da capital federal, este ano, a Marcha das Vadias já
ocorreu em São Paulo, Florianópolis, Belo Horizonte, Aracaju, no Recife, em
Uberlândia, Guarulhos e outras cidades brasileiras.
Fonte: Agência Brasil
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