Por Agência Brasil
Papa Francisco diz que exploração é,
muitas vezes, feita de
maneira escondida
e inclui abuso sexual
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São Paulo – O papa Francisco lançou hoje um apelo contra a
"exploração das crianças no trabalho doméstico", que classificou como
um "fenômeno deplorável em crescimento constante".
"Há milhões de menores, na maioria meninas, que são
vítimas desta forma escondida de exploração, que muitas vezes inclui abuso
sexual, maus-tratos e discriminações", lamentou o papa, no final da sua
audiência geral semanal perante cerca de 60.000 pessoas na praça da São Pedro,
no Vaticano.
O papa, que falava a propósito do Dia Mundial contra o
Trabalho Infantil, desejou "vivamente que a comunidade internacional possa
tomar medidas cada vez mais eficazes para combater esta verdadeira praga. É uma
verdadeira escravidão", exclamou.
"Todas as crianças devem poder brincar, estudar, rezar
e crescer no seio das suas próprias famílias, num meio harmonioso, de amor e de
serenidade: é o seu direito e é o nosso dever", afirmou, sublinhando que
uma infância serena permite às crianças olhar com confiança a vida e o futuro.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima hoje em
10,5 milhões o número de crianças usadas em trabalho doméstico em todo o mundo,
em condições de insegurança e até parecidas com a escravidão.
A agência da Organização das Nações Unidas para o trabalho
disse que cerca de três quartos destas crianças são meninas e que 6,5 milhões
destes trabalhadores domésticos têm entre 5 e 14 anos.
Em um relatório com 87 páginas, divulgado no âmbito do Dia
Mundial contra o Trabalho Infantil, que se celebra hoje, a OIT diz que a
situação mais preocupante é na África Subsaariana, em particular em países como
Burkina Faso, Gana, Costa do Marfim e Mali, mas também destaca as situações de
famílias rurais no Paquistão e Nepal, que são por vezes obrigadas a enviar os
seus filhos para trabalhos domésticos como forma de pagarem dívidas.
Vulneráveis à violência física, psicológica e sexual e a
condições de trabalho abusivas, acabam muitas vezes isoladas das suas famílias,
escondidas do olhar público e muito dependentes dos seus empregadores. Muitas
vezes, acrescenta ainda a OIT, acabam forçadas a prostituírem-se.
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