Por aqui somos todos vândalos
Se lutar por mais igualdade e justiça social é ser vândalo,
somos todos vândalos;
Se lutar contra o genocídio da juventude negra é ser
vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar por uma cidade onde a liberdade de ir e vir seja um
direito de todos é ser vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar pelo direito ao meu próprio corpo e prazer é ser
vândala, somos todos vândalas;
Se lutar contra o autoritarismo do patriarcado
(fundamentalismos religiosos e das instituições militares e outros) é ser
vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar contra a cura gay é ser vândalo, somos todos
vândalos;
Se lutar por uma educação que não reproduza as ideologias da
desigualdade é ser vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar por um sistema político que inclua a voz da
população é ser vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar pelo direito de decidir sobre os rumos da minha
cidade, estado e país é ser vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar pelo direitos sociais, políticos e sexuais de
travestis e transexuais é ser vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar contra o racismo institucional da universidade é
ser vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar contra a homofobia é ser vândalo, somos todos
vândalos;
Se lutar pelo direito a moradia digna é ser vândalo, somos
todos vândalos;
Se lutar por justiça e igualdade no campo é ser vândalo,
somos todos vândalos;
Se lutar contra o genocídio dos guarani kaiowá é ser
vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar por uma universidade mais justa e diversa é ser
vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar por uma mídia mais democrática é ser vândalo, somos
todos vândalos;
Se lutar para o que é público seja de fato público é ser
vândalo, somos todos vândalos;
Se lutar contra a ideia de que vândalos são aqueles jovens
pretos, pobres e noiados - marginais por natureza - é ser vândalo, somos todos
vândalos.
Por: Claudia Andréa Mayorga Borges, Doutora em Psicologia Social pela Universidade Complutense de Madri – Espanha (2007) com foco em estudo sobre gênero, política e feminismo. É professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais e do Programa de Pós-graduação em Psicologia (www.fafich.ufmg.br/pospsicologia). É também pesquisadora e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Psicologia Política (www.fafich.ufmg.br/npp). Foi membro da Diretoria Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social (2004/2005) e vice-presidente da Abrapso Regional Minas (2006/2007). Editora da Revista Psicologia & Sociedade (set 2011//2015), periódico científico da Abrapso. Coordena o Programa Conexões de Saberes na UFMG: Diálogos entre Universidade e Comunidades Populares e é tutora PET Conexões. Possui “grant” pesquisadora pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. Áreas de pesquisa e atuação: Psicologia Social e Feminismo com os seguintes temas: gênero, relações raciais e política; migrações internacionais; juventude e participação; psicologia comunitária; políticas públicas e participação social.
(Fonte: Plataforma Lattes)
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