"A juventude quer um Congresso que apresente proposta de mais educação, não esse Congresso do Eduardo Cunha, que quer aprovar a redução da maioridade penal. Estamos unidos para dizer não a redução da maioridade penal e dizer sim a mais educação, mais cultura e mais oportunidade para nossa juventude". Essa foi a tônica dos discursos e palavras de ordem no ato político realizado após a Marcha Contra a Redução da Maioridade Penal, nesta terça-feira (30), em Brasília.
A juventude quer que o Congresso apresente proposta de mais educação, não esse Congresso, que quer aprovar a redução da maioridade penal, disseram os manifestantes. |
Representantes dos movimentos sociais e dos estudantes de vários estados do país se uniram com os membros dos Conselhos Nacionais da Criança e do Adolescente (Conanda), da Juventude (Conjuve) e de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) em uma grande manifestação contra a proposta que prevê a redução da maioridade penal, prevista para ser votada nesta terça na Câmara dos Deputados.
Na concentração, que começou às 8 horas, no Museu da
República, área central de Brasília, houve um “pipaço”, com mais de 1500 pipas,
que deram o sentido ao lema da manifestação “Voa, juventude!” “Porque a pipa
remete ao símbolo das oportunidades que a gente precisa conquistar, que a gente
precisa viver”, explica Vinicius Brasilino, da União Nacional dos Estudantes
(UNE), uma das organizadoras do evento.
No ato político, os manifestantes receberam o apoio de
parlamentares que lutam contra a aprovação do projeto. Orlando Silva (PCdoB-SP,
na foto ao lado), Benedita da Silva (PT-RJ) e Chico Alencar (Psol-RJ) foram os
deputados que discursaram, reforçando o argumento de que “redução não é
solução” e que a luta no parlamento, com a ajuda dos movimentos sociais nas
ruas, é por “mais escolas, menos cadeias.”
Em meio aos discursos, um dos jovens oradores declamaram o
poema de Mário Quintana: “Todos estes que aí estão/ Atravancando o meu caminho,/
Eles passarão. Eu passarinho!”.
Expectativa de votação
Após a manifestação, 150 jovens puderam entrar na Câmara
para acompanharam, das galerias, a votação da Proposta de Emenda à Constituição
(PEC). Eles conseguiram, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), um
habeas-corpus, para ter acesso ao prédio da Câmara, que estava proibido desde
que eles conseguiram adiar a votação da matéria na comissão especial que tratou
do tema, no último dia 8 de junho.
Vinicius Brasilino queixou-se de ser permitida a entrada de
apenas 300 pessoas - 150 contrários e 150 favoráveis ao projeto – quando a
capacidade das galerias é de 600 pessoas. Ele, a exemplo dos parlamentares
contrários ao projeto, acredita que a pressão popular pode mudar o resultado da
votação. Para aprovar o projeto, que altera a Constituição Federal, é
necessário o voto de 308 (3/5) dos 514 deputados.
“Estamos conversando com os parlamentares e o que a gente
percebe é que tem muitos deputados que não tem posição por causa da tramitação
rápida da matéria”, explica Brasilino, antevendo um resultado, ainda que
apertado, de rejeição à matéria.
Ele, a exemplo de parlamentares como o deputado Orlando
Silva, critica o pouco tempo de debate sobre o projeto para que os
parlamentares e a própria sociedade tomasse conhecimento dos argumentos
daqueles que são contrários à medida.
“Embora o projeto estivesse tramitando desde 1993, ele
estava morto e foi desenterrado pelo (presidente da Câmara, deputado) Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) para criminalizar a juventude. A mobilização é uma grande
pressão para dizer que a redução é roubada e que a juventude precisa de mais
escolas, menos cadeia e que a juventude precisa viver”, discursa Brasilino.
Via Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário