Trabalhadores paralisam as atividades nesta sexta contra as
reformas trabalhista e da Previdência.
Brasil de Fato
Fábrica sem operário, posto sem frentista, rua sem gari,
ônibus sem motorista. Centenas de categorias de trabalhadores de todas as
regiões do Paraná anunciaram esta semana que vão aderir à greve geral de
sexta-feira (28) contra os cortes de direitos promovidos pelas reformas
trabalhista e previdenciária do governo Michel Temer (PMDB). A mobilização é
coordenada nacionalmente por cinco centrais sindicais: União Geral dos
Trabalhadores (UGT), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical,
Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e Central Sindical e Popular
(CSP-Conlutas).
A concentração em Curitiba começa às 8h30 em frente à
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep), na Praça Nossa Senhora de
Salete, Centro Cívico. Às nove, está prevista uma marcha até a praça
Tiradentes, e às 11h30 haverá um protesto em frente à Federação das Indústrias
do Estado do Paraná (Fiep).
A última paralisação nacional contra a reforma da
Previdência, no dia 15 de março, reuniu 40 mil nas ruas de Curitiba e cerca de
100 mil no Paraná.
Adesões
Bancários, servidores municipais, motoristas e cobradores do
transporte municipal, policiais civis, guardas municipais, metalúrgicos,
professores da rede particular e da rede pública estadual e municipal de
Curitiba foram os primeiros a anunciar participação na greve geral de 28 de
abril. Esta semana, professores da UTFPR, da UFPR e das estaduais UEPG, UEM e
Unicentro também votaram pela adesão ao movimento.
“Os trabalhadores da limpeza pública também estão sendo
convocados para o movimento contra a retirada de direitos”, acrescenta a
assessora do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de
Curitiba (Siemaco). Eles vão se reunir a partir das 6h30 na rua João Negrão em
frente à sede da Cavo, empresa responsável pela coleta de resíduos em Curitiba.
A coordenadora do Sindicato dos Servidores Públicos
Estaduais de Saúde do Paraná (SindSaúde), Mônica Glinski Pinheiro, afirma que a
categoria também aprovou adesão à greve: “Como é uma área essencial, vamos
manter 30% trabalhando. Isso vale para toda a rede de hospital, hemocentros e
regionais de saúde”.
Massacre
Além da pauta nacional, o Sindicato dos Trabalhadores em
Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) informou que a paralisação ocorre em
memória aos dois anos do massacre de 29 de abril de 2015, quando as forças de
segurança do estado deixaram mais de cem professores feridos no Centro Cívico.
“Para nós, da rede estadual, o 29 de abril acontece cotidianamente nas
escolas”, lamenta o presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão. “De lá para
cá, o governo passou a ter um papel mais de tribunal de inquisição do que de
entidade organizadora do processo pedagógico, gerando um quadro de desvalorização
que fatalmente irá aumentar o nível de adoecimento da nossa categoria”.
Jornada de Lutas pela Democracia ocorre nos dias 9 e 10 de
maio
A jornada de manifestações em Curitiba, que começa no dia
28, deveria se estender até o dia 3 de maio, data em que havia sido agendado o
depoimento do ex-presidente Lula (PT) ao juiz Sérgio Moro, no âmbito da
operação Lava Jato.
A Frente Brasil Popular, que reúne movimentos sociais
contrários ao governo Temer e em favor da realização de eleições diretas, havia
organizado uma série de atividades na região central da cidade para os dias 2 e
3 de maio. A programação inclui atos pela reforma agrária, conferências e
debates sobre a Lava Jato e contra a criminalização dos movimentos sociais,
além de atividades culturais.
Como o depoimento de Lula foi adiado em uma semana – por
razões de segurança, segundo Moro –, a Frente também decidiu transferir a
programação para os dias 9 e 10 de maio. A justificativa é que, naquelas datas,
os holofotes estarão voltados para Curitiba, e as reivindicações terão maior
repercussão.
Edição: Ednubia Ghisi
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