Secretário-geral da entidade afirma que não é possível
implementar reformas sem amplo debate. Para ele, governo e Congresso têm se
mostrado pouco sensíveis à reação social.
São Paulo – Para o secretário-geral da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo auxiliar de Brasília, dom Leonardo
Steiner, governo e Congresso têm sido pouco sensíveis quanto às manifestações
da sociedade sobre as "reformas". Ele reafirmou posicionamento do
Conselho Permanente, que em nota convocou "cristãos e pessoas de boa
vontade, particularmente em nossas comunidades", a se mobilizar em relação
à "reforma" da Previdência. "Nesse sentido, consideramos fundamental
que se escute a população em suas manifestações coletivas", afirmou, em
referência à greve geral programada para a próxima sexta-feira (28).
Os bispos se reunirão a partir de amanhã (26) em assembleia
geral em Aparecida, no interior paulista. Em entrevista publicada no site da
instituição, dom Leonardo lembra que a assembleia é a instância máxima da CNBB
e pode aprovar um novo posicionamento.
"Certamente o conteúdo das manifestações se dará no
sentido de defesa dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, de modo
muito particular dos mais pobres. O movimento sinaliza que a sociedade quer o
diálogo, quer participar, quer dar sua contribuição. Reformas de tamanha
importância não podem ser conduzidas sem esse amplo debate", afirmou o
secretário-geral da Conferência sobre a greve.
"O Congresso Nacional e o Poder Executivo,
infelizmente, têm se mostrado pouco sensíveis ao que a sociedade tem
manifestado em relação às reformas. Os brasileiros e brasileiras desejam o bem
do Brasil e para construir uma nação justa e fraterna querem participar das
discussões e encaminhamentos", acrescentou dom Leonardo, ressaltando o
"momento particular", de "crise ética", vivido pelo país.
"Há situações de enorme complexidade nos quais estão
envolvidos personagens do cenário político, sem falar da crise econômica que
atinge a todos. Como encaminhar mudanças sem o respaldo da sociedade?",
argumentou o secretário-geral da CNBB. "Propostas de reformas que tocam na
Constituição Federal, no sistema previdenciário, na CLT merecem estudo,
pesquisa e aprofundamento. Sem diálogo não é possível criar um clima favorável
que vise o bem do povo brasileiro."
Bispos contra as "reformas"
Diversos bispos estão declarando seu posicionamento
contrário às "reformas" do governo Temer. Dom Gilberto Pestana, da
Diocese do Crato, no Ceará, divulgou vídeo nas redes sociais convidando a
população a participar, em Juazeiro do Norte, da “Caminhada pela Vida – Contra
a Reforma da Previdência e Trabalhista”, na sexta-feira (28), dia da greve
geral.
O arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, gravou um vídeo
para convocar os fiéis a irem nos atos de 28 de abril. “Dignidade para todos:
para os pobres e para os excluídos. Convidamos você para participar desse dia
28 para sair nas ruas e gritar pela dignidade de todo o povo brasileiro",
disse o religioso.
Via -Rede Brasil Atual
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