Quem tem olhos, cérebro e alma sabe que o julgamento do
mensalão decorre de uma conspiração política que só encontra paralelo na
história recente do Brasil na conspiração que levou ao golpe militar de 1964.
Essa fina flor do reacionarismo de ultradireita que reúne imprensa, Judiciário
e setores do Legislativo apostou tudo nesse processo.
As eleições municipais de 2012, no primeiro turno,
frustraram à larga os anseios dos que apostaram no julgamento do mensalão para
destruir politicamente o Partido dos Trabalhadores. E, apesar de toda a campanha massacrante que
reuniu o maior aparato publicitário já formado em torno de um fato político,
ela foi um fiasco.
O PT cresceu fortemente nas eleições de 7 de outubro. E,
como se não bastasse, tornou-se o partido mais votado do país, com mais de 17
milhões de votos para prefeito e vereador.
Agora, no segundo turno, porém, o fracasso reacionário pode
adquirir proporções dramáticas. Está para ocorrer a tomada do ultimo bastião da
direita no Brasil, a cidadela do conservadorismo nacional, São Paulo, que está
prestes a cair diante do força avassaladora de um projeto progressista que
mudou o país para sempre.
Confesso a você, leitor, que, no início, cheguei a duvidar
das possibilidades de o novo “poste” de Lula obter êxito em uma cidade como São
Paulo, cidade que tem o povo mais despolitizado de todo o país e que se deixa
influenciar como nenhuma outra por panfletos de ultradireita como Veja, Folha
de São Paulo e Estadão, sem falar na Globo.
Mais uma vez, o ex-presidente mostrou por que chegou aonde
chegou na política tendo partido da miséria do sertão nordestino. Lula enxerga
o jogo político lá longe, como se estivesse ao seu lado. Poucos acreditavam em
sua visão de que Fernando Haddad é, basicamente, o que São Paulo quer.
A direita midiática, com todos os seus recursos, com todos
os seus institutos de pesquisa de opinião, com suas televisões, com seus
jornais e com seus bilhões de dólares não foi capaz de perceber o esgotamento
da paciência do paulistano com a embromação demo-tucana. Ou sequer a
intensidade do sofrimento de São Paulo.
As pesquisas mostram larga vantagem de Haddad sobre José
Serra, o bibelô da ultradireita brasileira. E, obviamente, a máquina de
difamação demo-tucano-midiática já começa a se levantar. Nesta sexta mesmo, o
panfleto mais servil a Serra, a Folha de São Paulo, ao lado da notícia sobre a
disparada do petista na pesquisa Ibope já faz denúncia contra ele.
Serra e a mídia ultraconservadora estarem acuados é sinônimo
de qualquer coisa que se possa imaginar em termos de baixaria, de golpes
eleitorais. As portas do inferno irão se abrir contra Haddad. Família,
biografia, tudo será alvo da fúria nazista desse grupo político criminoso,
golpista, imoral.
Todavia, a vitória de Haddad tem chances muito boas de se
materializar. Todos sabem que haverá uma campanha de desmoralização contra ele.
Aliás, que maior campanha de desmoralização pode haver do que a farsa em curso
no STF? Mas está funcionando? Não, claro que não. Dúzias de cientistas
políticos dizem que não está funcionando.
A vitória de Haddad, além de tudo, produzirá uma nova e
poderosa liderança política. O professor com pinta de galã certamente tem uma
promissora carreira política pela frente. Haddad tem cara de presidente da
República ou não tem? Só não pode cair no erro de Serra e abandonar o mandato
no meio, caso seja eleito prefeito neste ano.
O xis da questão, porém, é que a eleição de
Haddad como prefeito de São Paulo tornará negativo um efeito político zero que
a direita midiática obteve com a farsa do julgamento do mensalão. Além de não
conseguir nada a mais, essa direita ainda irá perder sua fortaleza política,
São Paulo. Fracasso maior seria impossível.
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