Para o autor da proposta, “ensinar apenas o evolucionismo nas escolas é ir contra a liberdade de crença do povo”...
O deputado estadual Artagão Júnior (PMDB) reapresentou, na Alep (Assembleia Legislativa Paraná), um projeto de lei propondo a inserção de conteúdos sobre criacionismo na grade curricular da rede pública estadual de ensino.
A análise da mensagem 30/2014 foi adiada ontem na reunião da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), mas a expectativa é que ocorra nas próximas semanas. A proposição chegou a tramitar na Casa em 2007, sob o número 594, no entanto, acabou arquivada. Desta vez, o peemedebista disse que conversará com sua assessoria para verificar formas de viabilizar a votação.
Conforme o texto, as disciplinas já existentes passariam a incluir “noções de que a vida tem sua origem em Deus, como criador supremo de todo o universo e de todas as coisas que o compõe”.
“Nós não estudamos e não aprendemos na escola a teoria da evolução? Por que não discutir também, mesmo que na forma de teoria, a criação?”, questionou Artagão, um dos dez integrantes da chamada bancada evangélica da Alep.
O grupo tende a crescer a partir de 2015, sobretudo devido ao aumento no número de representantes do PSC, partido de base cristã, de dois para 12.
O parlamentar garantiu não se tratar de uma imposição, e sim de provocar o debate “em cima de algo em que a maioria da população acredita”.
“Hoje, infelizmente, muitas pessoas, crianças e famílias, não discutem mais esse tema”, argumentou.
Para o autor da proposta, “ensinar apenas o evolucionismo nas escolas é ir contra a liberdade de crença do povo”.
“O ensino darwinista limita a visão cosmológica de mundo existencialista, levando os estudantes a desacreditarem na existência de um criador que está acima das frágeis conjecturas humanas forjadas em tubos de ensaio laboratorial”, diz trecho da justificativa.
O líder do PT, Tadeu Veneri, por sua vez, afirmou não acreditar na aprovação da mensagem.
“Não tem nenhum sentido. É totalmente inconstitucional. Primeiro: não se pode votar um projeto que crie uma disciplina, ainda que transversal, dentro do currículo. Segundo: a igreja tem um papel, mas não dentro da educação. O ensino é laico. Isso se ensina na igreja, não na escola”, opinou.
A Seed (Secretaria de Estado da Educação) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o projeto aguarda aprovação da CCJ e que, se for aprovado, será encaminhado à pasta. “Aí sim daremos o parecer”.
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