A Lava Jato começa a sair de seu leito original – as delações seletivas da PF do zé, dos delegados aecistas, e do queijo suíço em que se transforma a Vara do Dr Moro.
Era a Lava Jato para detonar a Dilma e eleger o Aécio Never.
Como disse o Procurador Janot, era tudo campanha eleitoral.
(Com a leniência do zé da Justiça.)
Com o andar da carruagem, a investigação chegou – por conta
de Lei do Governo Dilma – aos corruptores e, pela primeira vez, há empreiteiros
na cadeia.
O que devia acontecer desde o impeachment do Presidente
Collor e toda a gestão tucana, de FHC ao trensalão de São Paulo.
Mas, não aconteceu.
Acontece agora.
A Lava Jato começa – começa ! – a alagar o Aécio, o Cerra e
– enfim ! – o Governo Fernando Henrique, com a ilustre intervenção do “Baiano”.
A Lava Jato molha todo mundo.
Urbi et Orbe.
Até a Bláblá, porque, como se sabe, o Paulo Roberto Costa
era assim com o Eduardo Campos e, breve, ele poderá esclarecer quem é o dono do
jatinho em que a Blablá viajou cinco vezes, em campanha.
Está como o Mino Carta gosta: é tudo a mesma sopa.
Vamos ver ser se, ao quebrar o sigilo bancário do Vaccari,
do PT, o PiG revelará a secreta essência do que o Rubens Valente – no
inigualável “Operação Banqueiro” – denunciou: as artes do Vaccari para tornar
possível a patranha da BrOi.
Vamos ver o Globo e a Fel-lha meter a mão no câncer da BrOi
e da Satiagraha.
Vamos ver, amigo navegante !
Aí chegamos à medula.
Ao caráter estrutural da corrupção no Brasil.
Por causa, sobretudo, da desbragada participação das
empresas no financiamento das campanhas.
O que, breve, o Supremo proibirá, diante da decisão por 6 a
1 de seu soberano plenário.
Do contrário, como demonstrou a Operação Mãos Limpas, na
Itália, a Lava Jato pode ser, ao fim, o trampolim para que o Berlusconi fique
vinte anos no poder, a rir, às gargalhadas, do Dr Moro.
Foi o que observou o Saul Leblon, em notável artigo, e
adverte o Mino: Dr Moro, e a Satiagraha ?
Empresas na campanha?
Outros exemplos ?
Estão na Castelo de Areia e na Satiagraha.
E, sem elas, a Lava Jato será uma caricatura.
Um pastiche de Justiça.
A desmoralização da Lava Jato se fará, em primeiro plano,
por sua seletividade.
Uma espécie de “eugenia política”.
Se mandar para cadeia só os pretos, os pobres, as p… – e os
petistas !
Será a consolidação do Ancien Régime em que se sustentam as
estruturas desmoralizadas de um aparelho Judiciário impenetrável.
Revirar pedra e pedra está nas mãos do Supremo Tribunal
Federal.
Fabio Serapião escreveu para a Carta Capital dessa semana
uma notável reportagem: “Juízo final ?”.
O título contém esse ceticismo que só o Supremo pode
desfazer.
Por que o Supremo, de novo ?
Serapião revela que dorme na gaveta do sereno Ministro Luís
Roberto Barroso um Recurso Especial para retomar a Operação Castelo de Areia.
A Castelo de Areia, como se sabe, é a que desnuda a ligação
orgânica, estrutural de empreiteiras – Camargo Correia, de novo – com os
tucanos de São Paulo.
Da mesma forma, adormece na gaveta do Ministro Fux a RE
680967 que legitima a Satiagraha – a Operação que desnuda as sinistras ligações
dos protagonistas da Privataria Tucana com a fundaçao da BrOi – a tal da
patranha.
(BrOi foi a operação no BNDES que deu a Brasil Telecom à Oi
Com o dinheiro do FAT, o BNDES conferiu um “bônus de saída” (quá, quá, quá
!) de US$ 1 bilhão a “brilhante
banqueiro”, na qualificação de seu patrono, Fernando Henrique Cardoso. Foi FHC
quem “deu” a Brasil Telecom ao “brilhante” naquela famosa operação conhecida
como “se der m”…)
O Juiz Moro, que militou na desmontagem – inútil – do
Banestado, sabe de quem se trata …)
A Castelo de Areia foi interrompida no Superior Tribunal de
Justiça, porque uma denúncia – depois confirmada por investigação da PF – foi uma “anônima”.
O STJ, então, considerou que se tratava de uma “maçã podre”
que contaminou toda a árvore (regada pelos empreiteiros, para fazer a torta de
maçã do breakfast tucanos de São Paulo …)
“Denúncia anônima” serve para prender pedófilo mas, não,
para prender tucano de São Paulo.
Viva o Brasil !
A Satiagraha foi interrompida provisoriamente por dois HCs
Canguru até hoje não se sabe bem por quê.
(Sobre a matéria, clique aqui para ver vídeo incriminador
que a Globo censurou.)
Provavelmente, porque os HCs tivessem a propriedade de
beatificar o “brilhante” banqueiro.
Os Ministros Barroso e Fux estão diante de monumental
responsabilidade.
Desmoralizar a Lava Jato – ou salvá-la.
Legitimá-la.
Em tempo: o ansioso blogueiro pegou um taxi nessa manhã de
sábado 22/11. O motorista, idoso, que oferece o Estadão aos passageiros,
perguntou:
- O senhor que é jornalista. Dá para acreditar nesse cara
que disse no Estadão que começou a roubar na Petrobras no tempo do Fernando
Henrique ?
- Se o senhor não acreditar nele, não pode acreditar nos que
dizem que roubaram no tempo do Lula…
Em tempo2: A excelente reportagem de Serapião revela que,
por um “descuido” – as aspas são dele, Serapião – do então Procurador Geral,
Antonio Fernando de Souza, a relação de Daniel Dantas com Marcos Valério não
constou da denúncia oferecida ao STF e, por isso, o doleiro Youssef pode
operar, livre e ativo, com o Banco Rural. Lamentável descuido !
Em tempo3: depois de oferecer a denúncia, conhecida como
“Ali Babá e os 40 ladrões”, o descuidado Souza integrou a equipe dos 1001
advogados de Daniel Dantas.
Paulo Henrique Amorim
No Conversa Afiada
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