Depois de mais de 27 anos no poder, Blaise Compaoré não é
mais o presidente de Burkina Faso. Após muita pressão, ele anunciou que deixará
o cargo em até 90 dias para que sejam realizadas eleições no país.
No entanto, mesmo antes de Compaoré divulgar seu pedido de renúncia, militares burquinenses já haviam declarado que o ditador tinha sido deposto. Uma vitória para a população local. Ainda não se sabe quem ficará no poder até que as eleições sejam organizadas no país.
Thomas Sankara, conhecido como 'Che africano', assassinado em 1987. O líder revolucionário foi sucedido pelo ditador Compaoré |
No entanto, mesmo antes de Compaoré divulgar seu pedido de renúncia, militares burquinenses já haviam declarado que o ditador tinha sido deposto. Uma vitória para a população local. Ainda não se sabe quem ficará no poder até que as eleições sejam organizadas no país.
A saída dele ocorre em meio a uma série de manifestações por
todo o território. O estopim para os protestos foi a intenção de Compaoré de
mudar a Constituição local para que pudesse se eternizar no comando do país
africano.
Manifestações e comícios na capital, Ouagadougou, provocaram
confrontos com a polícia. Os tumultos começaram no início da semana e se
intensificaram nesta quinta-feira (30), quando o texto elaborado por Compaoré
seria analisado pelo Parlamento a fim de lhe proporcionar mais tempo no cargo
de presidente.
Cerca de 30 pessoas morreram nos confrontos e mais de 100
pessoas ficaram feridas, segundo informações de opositores. A estimativa é de
que milhares de pessoas tenham ido as ruas. Membros da oposição incentivam para
que a população de Burkina Faso permaneça se manifestando na busca pelo fim da
ditadura.
Alguns manifestantes incendiaram o Parlamento em protesto às
ações do presidente Blaise Compaoré. Em meio aos protestos contra as mudanças
constitucionais, o líder decretou na quinta-feira a dissolução do governo e
declarou o estado de emergência.
Por sua vez, o general do Exército Honoré Traoré anunciou a
dissolução do legislativo e a criação de um governo provisório cujo mandato
findaria em 2015.
O atual presidente assumiu o cargo em 1987, quando
protagonizou um golpe de Estado que destituiu seu antecessor, Thomas Sankara,
assassinado juntamente com outros 12 membros de seu governo.
Sankara foi um jovem militar que ascendeu ao poder em 1983.
Foi ministro e presidente de Burkina Faso. Líder revolucionário marxista,
Thomas Sankara promoveu experiências de autossuficiência alimentar, avanços nas
condições das mulheres e distanciamento de políticas neoliberais.
As atitudes do burquinense despertaram o descontentamento
das potências ocidentais e de lideranças burguesas dentro do país.
Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações de agências
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