Relatório da ONU que avaliou a equidade de gênero em 167
países estima em 81 anos o prazo para se atingir equidade de gênero na economia
A igualdade entre homens e mulheres tem avançado lentamente,
conclui relatório das Nações Unidas (ONU) que avaliou a equidade de gênero em
167 países. O documento será apresentado segunda-feira (9) pelo
secretário-geral Ban Ki-moon, em referência ao Dia Internacional da Mulher
comemorado hoje (8).
O relatório destaca que, no ritmo atual, serão necessários
81 anos para se alcançar a paridade de gênero na economia e 50 anos para a
igualdade na representação parlamentar.
O levantamento é um balanço da aplicação das normas adotadas
pelos países na Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher, em Pequim, na China,
há 20 anos. Lá, foi pactuada uma plataforma de ação para ser cumprida pelos
governos, iniciativa privada e sociedade.
“Há uma lacuna decepcionante entre as normas e a
implementação da Plataforma de Ação de Pequim, e um fracasso coletivo de
liderança nos progressos para as mulheres”, disse a diretora executiva da
agência da ONU para Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, na sexta-feira (6). “Os
líderes com poder para fazer essas ações falharam com mulheres e meninas”,
avaliou.
Em 1995, 189 países assinaram a Plataforma de Ação de
Pequim. De la para cá, a ONU mostra que houve poucos progressos para acabar com
leis discriminatórias, aprovar leis contra a violência dirigida a mulheres e
meninas. No entanto, a ONU reconhece que caiu a mortalidade materna, aumentou o
número de jovens em escolas primárias e a participação de mulheres mercado de
trabalho.
“Os ganhos contrastam com o fato de, apesar da melhoria de
educação, as mulheres têm alguns dos piores empregos, enquanto o fosso salarial
entre os gêneros é um fenômeno mundial”, diz a agência, em comunicado divulgado
pela ONU Mulheres. A estimativa é que elas ganham salários 77% menores do que o
dos homens.
“Deixe-me sugerir três requisitos essenciais [para equidade
de gênero]: vontade e liderança política inabaláveis; aumento dos investimentos
na agenda para as mulheres e meninas e uma forte responsabilização que inclui a
sociedade”, diz a diretora Phumzile Mlambo-Ngcuka.
Agência Brasil
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