"O que diz Alberto Youssef, o ladrão que virou oráculo
da verdade, é o bastante para demolir reputações, prender, quase para linchar
alguns. Alguns, mas não a outros. Os grandes jornais fizeram silêncio quase
absoluto diante do vídeo em que ele expõe a informação que Aécio dividia com o
PP as 'mesadas' de uma diretoria de Furnas", escreve o jornalista Fernando
Brito, do blog Tijolaço.
Num texto publicado nesta sexta-feira 20, o jornalista
Fernando Brito, do blog Tijolaço, denuncia o "silêncio que grita da
mídia" sobre o envolvimento do senador Aécio Neves na Operação Lava Jato.
As delações do doleiro Alberto Youssef, que se tornam verdade assim que
divulgadas na imprensa, não servem quando citado o nome do tucano e seu suposto
favorecimento na 'Lista de Furnas'.
Leia abaixo o texto do blog:
Youssef e Aécio: o silêncio que grita da mídia brasileira
A única ditadura que existe, mesmo, no Brasil, é a da mídia.
Estamos em tempo de ruas cheias, fervor cívico, indignação
popular contra a corrupção, não é?
O que diz Alberto Youssef, o ladrão que virou oráculo da
verdade é o bastante para demolir reputações, prender, quase para linchar
alguns.
Alguns, mas não a outros.
Os grandes jornais fizeram silêncio quase absoluto diante do
vídeo em que ele expõe a informação que Aécio dividia com o PP as
"mesadas" de uma diretoria de Furnas.
Um ou outro, discretamente, fala num "ouviu
dizer", "suposto", "alega" e outros melindres que
jamais se fez em relação a qualquer outro.
Um vago "sabiam" em relação a Lula e Dilma deu
capa da Veja na véspera das eleições.
O "Aécio levava US$ 100 mil por mês" dá notinhas
evasivas.
E olhem que não é um "vazamento", não é o trecho
de um documento, mas um vídeo, com toda a sua carga chocante.
Mesmo interrogado por um promotor que, além de
"trocar" diversas vezes no nome de José Janene por José Gen0íno – ah,
o que vai na alma de nossos promotores! – não se preocupa em perguntar que
diretoria, em que negócios, e outras informações objetivas, o vídeo é mais que
notícia, seria manchete em qualquer país onde houvesse uma imprensa livre e
independente.
Afinal, é um candidato presidencial, "dono" de 51
milhões de votos, que é diretamente acusado de receber propinas.
Vejam bem: não doações para a campanha eleitoral, mas
"mesada"!
Mais, de uma empresa que tinha em seu Conselho de
Administração ninguém menos que o pai de Aécio, Aécio Ferreira da Cunha, que
ficou lá no Governo Fernando Henrique Cardoso e nos primeiros anos do governo
Lula!
Isso não merece sequer investigação, não é, Dr. Janot?
Não precisa mais censor.
O seu direito de saber dos fatos, agora, está completamente
vinculado a que seja da conveniência do cartel da mídia.
Ou de que você os procure em matérias pequenas, no meio do
texto ou em referências esparsas.
Não se trata mais de "parcialidade".
É silêncio.
Se alguém quer saber como é que uma ditadura encobre a
corrupção, olhe para o que está acontecendo.
Via Brasil 247
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