"Essa dramatização que se faz aqui, é feita pela mídia
conservadora, golpista, que nunca respeitou um governo popular. Devemos dizer
os nomes: é o jornal O Globo, a TV Globo, a Folha de S. Paulo, o Estadão, a
perversa e mentirosa revista Veja", diz o teólogo Leonardo Boff; ele
afirma ainda que o golpismo reflete apenas a frustração dos derrotados na
disputa presidencial de 2014; "É o golpe virtual, que eles fazem pelas
redes sociais e pela mídia, inventando e fantasiando, projetando cenários
dramáticos, que são projeções daqueles que estão frustrados e não aceitam a
derrota do projeto que era antipovo"; Boff afirma ainda que o golpe não
passará, em razão da força dos movimentos sociais e de uma nova
"consciência política"
Da Rede Brasil Atual - A crise econômica e política pela
qual o país atravessa neste momento é "em grande parte forjada, mentirosa,
induzida, ela não corresponde aos fatos", afirma o teólogo Leonardo Boff.
Segundo o teólogo, a crise amplificada por uma dramatização da mídia.
"Essa dramatização que se faz aqui, é feita pela mídia conservadora,
golpista, que nunca respeitou um governo popular. Devemos dizer os nomes: é o
jornal O Globo, a TV Globo, a Folha de S. Paulo, o Estadão, a perversa e
mentirosa revista Veja."
Em entrevista à Rádio Brasil Atual na segunda-feira (9), o
teólogo disse que, no entanto, o atual nível de acirramento no cenário político
não preocupa porque, para ele, comparado a outros contextos históricos, a
"democracia amadureceu". Ele diz acreditar, ainda, na emergência de
uma "nova consciência política".
Boff também considera que o cenário brasileiro é bastante
diferente da Grécia, Espanha e Portugal, onde são registrados centenas de
suicídios, por conta do fechamento de pequenas empresas e do desemprego, e até
mesmo de países centrais, como os Estados Unidos, que veem a desigualdade
social avançar.
"A situação não é igual a 64, nem igual a 54",
compara. "Agora, nós temos uma rede imensa de movimentos sociais
organizados. A democracia ainda não é totalmente plena porque há muita
injustiça e falta de representatividade, mas o outro lado não tem condições de
dar um golpe."
Para Boff, não interessa ao militares uma nova empreitada
golpista. Restaria ao campo conservador a "judicialização da
política", e acrescenta: "Tem que passar pelo parlamento e os movimentos
sociais, seguramente, vão encher as ruas e vão querer manter esse governo que
foi legitimamente eleito. Eles têm força de dobrar o Parlamento, dissuadir os
golpistas e botá-los para correr."
Sobre o 'panelaço' ocorrido no domingo, durante o discurso
da presidenta Dilma Rousseff para o Dia Internacional da Mulher, Boff afirma
que o protesto é "totalmente desmoralizado", pois "é feito por
aqueles que têm as panelas cheias e são contra um governo que faz políticas
para encher as panelas vazias do povo pobre".
O teólogo afirma que a manifestação expressa
"indignação e ódio contra os pobres" e são símbolo da "falta de
solidariedade"; e que o "panelaço veio exatamente dos mais ricos,
daqueles que são mais beneficiados pelo sistema e que não toleram que haja uma
diminuição da desigualdade e que gostariam que o povo ficasse lá embaixo".
Sobre o ato programado pela CUT e movimentos sociais para
sexta-feira (13), Leonardo Boff diz que a importância é reafirmar os valores
democráticos e a defesa da soberania do país: "Aqueles que perderam, as
minorias que foram vencidas, cujo projeto neo liberal foi rejeitado pelo povo,
até hoje, não aceitam a derrota. Eles que tenham a elegância e o respeito de
aceitar o jogo democrático".
O teólogo frisa, mais uma vez, não temer o golpe. "É o
golpe virtual, que eles fazem pelas redes sociais e pela mídia, inventando e
fantasiando, projetando cenários dramáticos, que são projeções daqueles que
estão frustrados e não aceitam a derrota do projeto que era antipovo."
Ouça a entrevista de Leonardo Boff - AQUI
No Brasil 247
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