Por Renato Rovai, em seu blog:
Não é preciso ter a genialidade de um Merval para chegar à conclusão de que o impeachment de Dilma é morto. Ele já era algo absolutamente sem nexo e potencial se analisado apenas dentro do contexto dos dias mais terríveis desse início de governo Dilma. Mas colocado em perspectiva, se tornava algo pior, uma insanidade.
Em processos políticos não se deve olhar o jogo apenas olhando as peças que estão sobre o tabuleiro. É preciso sempre buscar enxergar as que podem voltar ao jogo se a situação se complicar de fato.
Na política, como Maquiavel já registrou, os aliados atuais são os inimigos de amanhã. E vice-versa.
Quem conhece um pouco a história recente do Brasil sabe que, mesmo ferido, o PT ainda é o partido mais forte do Brasil e o que tem mais condições de botar gente na rua.
Quem conhece um pouco de história sabe que lideranças como Lula se produzem a cada 100 anos e que não são derrotáveis nem em furacões quanto mais em ventanias infladas por ventiladores midiáticos.
Quem conhece um pouco de história sabe que o empresariado não rasga dinheiro à toa e nem corre risco em aventuras. Que pode até jogar contra o governo, mas não quer o país pegando fogo.
Ou seja, a tese do impeachment deveria ser a última das possibilidades de uma narrativa que precisaria esperar ao menos a lista de Janot. Mas a oposição tresloucada e capitaneada pela mídia tradicional quis forçar a barra para agradar interesses dos que querem afundar a Petrobras e ficar com o Pré-Sal.
Quem quer o impeachment de Dilma são aqueles para os quais o jornalista Merval Pereira fez análise de conjuntura, segundo os vazamentos do wikileaks. São aqueles para os quais Merval Pereira garantiu que Aécio seria candidato a vice na chapa de José Serra, em 2010.
O impeachment vai voltar pra casa mesmo antes das manifestações de 15 de março. Porque são poucos os que têm algo a perder que entrariam nesta aventura. E o porta-voz do recuo já deixou isso claro hoje. Impeachment, go home.
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