Seguindo literalmente os passos de Marina Silva, Marta está com os dois pés no PSB |
A senadora Marta Suplicy, por enquanto do PT, saiu
definitivamente do armário. Em artigo publicado nesta sexta-feira (6), na Folha
de S. Paulo, a parlamentar que até novembro de 2014 era ministra da Cultura do
governo Dilma, assume o discurso da oposição e diz agora que a reeleição
“navega num mar de inverdades, propaganda enganosa”.
Por Dayane Santos, do Portal Vermelho
Desde a sua saída do ministério, Marta Suplicy vinha
utilizando a mídia para destilar suas “críticas” ao governo e ao seu partido, o
PT. Lideranças petistas apontavam como causa a disputa eleitoral para a
Prefeitura de São Paulo, em que Marta se sentiu preterida com a escolha de
Fernando Haddad em 2012 e, provavelmente, em 2016.
Agora, com praticamente os dois pés fora do PT, já que
informações dão conta de um acordo com aval do tucano Geraldo Alckmin, para a
sua filiação ao PSB em abril, a senadora ataca o governo Dilma para garantir
palanque, inclusive da mídia golpista.
Em 1904, Lenin em seu livro Um Passo em Frente, Dois Passos
Atrás (A Crise no Nosso Partido), dizia que todo oportunista tem como traço
característico o seu caráter vago, impreciso, inapreensível. Assim é o discurso
de Marta. Diz que é “um privilégio” voltar a ter o espaço na Folha e sem
modéstia, afirma que como uma pessoa de “visão muito crítica” vai escrever com
“audácia e transparência”.
Sob o título A vaca vai pro brejo?, Marta diz que o governo
e o PT negam “a realidade” e trabalham “com a estratégia errada”. Depois afirma
que o governo mentiu o que “desemboca na estratégia equivocada”.
Em defesa de FHC
Sobre as investigações da Petrobras, a ex-ministra chega até
a sair em defesa de FHC dizendo que as irregularidades são sistêmicas, mas que
“culpar FHC (não tenho ideia se começou no seu governo) não faz sentido” e
classifica como “manobra diversionista”.
Isso porque a presidenta Dilma destacou que se a política de
engavetar investigações, praticada durante o governo do PSDB, não tivesse
ocorrido, a corrupção na Petrobras teria sido descoberta muito antes.
E Marta não fica por ai. Ela critica os trabalhadores da
Petrobras e os movimentos sociais por denunciarem a campanha contra a estatal
que tem como interesse a entrega da Petrobras ao cartel internacional.
“Recupera-se o discurso de que as elites se organizam propagando mentiras
porque querem privatizar a Petrobras. Valha-me!”, diz ela.
Como já apontamos, Marta assume o discurso do ódio e
criminalização contra lideranças do PT, como tem feito os golpistas da
oposição. “O povo, e aí refiro-me a todas as classes sociais, está ficando
muito irritado com o desrespeito à sua inteligência. Daqui a pouco o lamentável
episódio ocorrido com Guido Mantega poderá se alastrar. Que triste”, diz ela se
referindo à agressão sofrida pelo ex-ministro da Fazenda que foi ofendido por
meia-dúzia de derrotados nas eleições quando acompanhava a sua esposa num
tratamento hospitalar.
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